SAÚDE

Farmácia Popular começa a distribuir absorventes gratuitos

o a ONU, a falta de dinheiro para cuidar disso, junto com os preconceitos que existem sobre o assunto, pode fazer com que meninas faltem à escola e tenham dificuldades para arrumar emprego. No Brasil, uma em cada quatro meninas deixa de ir à escola durante a menstruação, e cerca de quatro milhões enfrentam problemas com higiene na escola, como não ter acesso a absorventes, banheiros e sabonetes

Em Roraima, a distribuição é realizada através da Farmácia Popular, com 48 estabelecimentos habilitados em cinco cidades do estado (Foto: Arquivo)
Em Roraima, a distribuição é realizada através da Farmácia Popular, com 48 estabelecimentos habilitados em cinco cidades do estado (Foto: Arquivo)

Mais de 31 mil farmácias que participam do programa Farmácia Popular começaram a dar absorventes de graça para pessoas que estão passando por dificuldades. O Ministério da Saúde fala que a iniciativa é para quem vive em situação de pobreza, está matriculado em escolas públicas, mora na rua ou está em uma situação muito difícil, incluindo quem está em prisões.

A ajuda com absorventes é para brasileiras ou estrangeiras que vivem no Brasil, têm entre 10 e 49 anos, estão registradas no Cadastro Único (CadÚnico) e têm uma renda mensal de até R$ 218 por pessoa. Estudantes de escolas públicas também precisam estar no CadÚnico, mas, nesse caso, a renda mensal por pessoa pode ser até meio salário mínimo (R$ 706). Para quem está na rua, não tem limite de renda. O programa vai ajudar um total de 24 milhões de pessoas.

O que precisa para receber:

– Mostrar um documento de identidade com CPF.

– Ter a Autorização do Programa Dignidade Menstrual, que pode ser digital ou impressa. Essa autorização é gerada por um aplicativo ou site do Meu SUS Digital, que é a nova versão do aplicativo Conecte SUS. Ela vale por 180 dias.

– Se a pessoa tiver menos de 16 anos, quem compra os absorventes é o responsável legal.

Como conseguir:

– Se tiver dificuldade com o aplicativo, pode ir até uma unidade básica de saúde (UBS).

– Pessoas na rua podem procurar nos centros de assistência social, em lugares que acolhem pessoas e nas equipes de Consultório na Rua.

– Para quem está em prisões, o Ministério da Justiça e Segurança Pública vai organizar a entrega diretamente lá.

Sobre o Programa de Saúde e Dignidade Menstrual:

Esse programa envolve diferentes áreas, como Saúde; Direitos Humanos e Cidadania; Justiça e Segurança Pública; Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome; e Mulheres e Educação.

Por que foi criado:

A equipe do Ministério da Saúde diz que essa ação ajuda a diminuir as diferenças causadas pela falta de dinheiro para cuidar da menstruação e é um jeito importante de garantir que todas as pessoas tenham uma menstruação com dignidade. A menstruação é uma coisa natural, que acontece com metade da população do mundo.

No entanto, segundo a ONU, a falta de dinheiro para cuidar disso, junto com os preconceitos que existem sobre o assunto, pode fazer com que meninas faltem à escola e tenham dificuldades para arrumar emprego. No Brasil, uma em cada quatro meninas deixa de ir à escola durante a menstruação, e cerca de quatro milhões enfrentam problemas com higiene na escola, como não ter acesso a absorventes, banheiros e sabonetes.