Bom dia,
Ontem, começamos a Parabólica reproduzindo algumas ideias sobre liberdade e medo. Uma leitora mandou mensagem para perguntar o motivo nos levou a escrever aquelas frases? Pois bem, aqui vai a explicação: na última sexta-feira (09.02), um dos nossos redatores conversou, por telefone, com senador da República. Ouviu, perplexo, a afirmação daquele parlamentar de que muitos dos seus colegas de Parlamento estavam com medo quanto ao caminho que a Pátria brasileira poderá seguir nos próximos tempos, com ameaças concretas contra a democracia e a liberdade.
“O que se vislumbra é a possibilidade de perda de liberdade e aprofundamento da crise econômica e social, nos transformando em mais uma ditatura na América Latina. Nós temos consciência de que uma das poucas possibilidades de evitar esse futuro devastador seria uma ação firme do Senado Federal para repor as competências institucionais no devido lugar. Acontece que, no máximo, podemos conseguir 30 votos, dos 81 existentes no plenário da Casa. O resto é de senadores de esquerda, de direita cooptada pelo governo e os demais envolvidos com alguma acusação tramitando no STF, por conta do privilégio de foro”.
“O presidente do Senado Rodrigo Pacheco já está em campanha para obter o apoio de Lula da Silva (PT) para disputar o governo de Minas Gerais em 2026, estado que deve mais de R$ 160 bilhões à União Federal. Se essa montanha de dívida não for renegociada, inclusive, com algum perdão de parte dela, o estado mineiro é ingovernável. E como o presidente do Senado Federal, assim como da Câmara dos Deputados, tem enorme poder discricionário só tramita qualquer matéria por lá, se ele quiser. E no caso de Rodrigo Pacheco, ele não quer”. Por isso estou e estamos com medo do futuro, encerrou a conversa o senador da República.
Se eles estão com medo, imaginemos nós, simples mortais.
POSICIONAMENTO 1
O deputado Nicoletti (União Brasil) tem se mostrado aguerrido quando o assunto é a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele não apenas passou a fazer uma série de postagens de apoio ao seu líder político, como passou a bater mais forte no presidente Lula (PT). O movimento vem sendo visto como uma estratégia de marketing para sentir o eleitorado local, que votou massivamente no ex-presidente no último pleito.
SURFOU
A verdade é que a esmagadora maioria dos políticos locais não tinha ideologia de direita e nem de esquerda, mas apenas surfaram na onda de Jair Bolsonaro até sua derrota em outubro de 2022. Orientados por suas equipes de marketing ou até mesmo por seus próprios instintos de sobrevivência, aproveitaram uma tendência popular, mas apenas no momento mais favorável vivido pelo bolsonarismo até então.
IMAGEM
Diante disso, é bem possível que, passado o Carnaval, e com foco nas Eleições 2024, esses mesmos políticos passem a analisar em cima de qual imagem poderão capitalizar mais e melhor, e decidir qual a ideologia que, no momento, ajudara a fortalecer suas imagens e avançar em suas carreiras políticas. Prova disso é o “antes e depois” das redes sociais de alguns deles. Falta só combinar com o eleitor!
TODOS
Na verdade quase todos os parlamentares estaduais e federais eleitos nas eleições de 2022 estiveram nos palanques que pediam votos para Jair Bolsonaro (PL). Todos posavam de políticos de direita, ou na pior das hipóteses de centro. À exceção de Nicoletti, todos estão em silêncio sepulcral sobre os recentes episódios envolvendo ações da Polícia Federal, que cumpre ordens do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), para investigar Jair Bolsonaro e seu entorno civil e militar.
VICINAIS
A Prefeitura de Amajari, na região Norte de Roraima, vai investir R$ 10.000.156,66, verba do programa Calha Norte, do Ministério da Defesa, na contratação de uma empresa de engenharia para a famosa recuperação e implantação de vicinais e pontes em madeira na região. A concorrência pública é idêntica à realizada pela Prefeitura de Bonfim, que investiu o mesmo quantitativo de recursos também em estradas.
PONTO
O Ministério Público do Estado emitiu recomendação à Prefeitura de Caracaraí para que invista na implantação de controle eletrônico da jornada de trabalho dos seus servidores públicos municipais, e deu prazo de 10 dias para informações. Conforme a recente publicação, a análise de alguns procedimentos identificou folhas de frequência sem assinatura, parcialmente preenchidas e ausência de servidores em dias de inspeção.
ABRIGOS
Por falar em inspeção, no Diário Eletrônico do último dia 9, a Promotoria de Justiça da Infância e Juventude publicou a instauração de um procedimento administrativo para acompanhar a regularização de impropriedades apontadas em relatórios de inspeções realizados em praticamente todos os abrigos infantis de Roraima, tanto os sob a gestão do governo do estado quanto da Prefeitura de Boa Vista. Está registrado!
RISCO
Apesar dos relatos de mortes por cirurgias plásticas em ambientes inadequados na Venezuela, muitas mulheres persistem em realizar procedimentos arriscados. Surpreendentemente, algumas agora optam por fazer o pós-operatório em uma residência em Pacaraima, sem confirmação de autorização da vigilância sanitária. A situação demanda, no mínimo, investigação pelo Conselho Regional de Medicina.