Como forma de promover a cultura indígena e, principalmente, o trabalho dos artistas indígenas de Roraima, o projeto itinerante da Galeria de Arte Indígena Contemporânea vai abrir suas portas nesta segunda-feira (26), a partir das 18h.
O idealizador do projeto, o artista plástico Jaider Esbell, conta que a intenção do grupo é proporcionar aos apreciadores da arte indígena não só um espaço mais centralizado, mas também tornar esse ambiente acessível para a troca de informações com os artistas e um local de pesquisa. Ele ressalta ainda que nessa primeira exposição os preços das obras de arte estarão mais acessíveis também.
Para realizar o projeto, o grupo tem buscado parcerias com empresas do ramo imobiliário que tenham imóveis para alugar ou vender e assim utilizar o espaço para a exposição. “A intenção é melhorar o aspecto do imóvel, mostrando alternativas de decoração com produtos regionais e oferecer aos clientes a oportunidade de conhecer a casa de uma forma diferenciada”, explicou.
A primeira casa ocupada pela Galeria Itierante está localizada na avenida Benjamin Constant, 2251, no Centro. A parceria do movimento desta vez foi a LB Construções. A próxima parada do grupo deverá ser no Pátio Roraima Shopping.
Hoje, na abertura da exposição das peças de artistas como Carmezia Emiliano, Mário Flores e Bartô, o grupo fará uma defumação com Maruai, terá apresentações culturais de parixara, além da participação do cantor Alyson Crystian.
Quem visitar o local, também vai poder degustar damurida – mocororó, que é uma bebida à base de caju, e o famoso caxiri. Haverá ainda venda de farinha, de plantas e de artesanato de mulheres indígenas.
A realização dessa primeira exposição itinerante é uma realização da Galeira Jaider Esbell e artesãos indígenas com o apoio da LB Construções, Calixto Artes e Molduras; e Cia de Arte.
HISTÓRIA
A realização da galeria itinerante é, na verdade, uma etapa seguinte de um projeto que começou há dois anos quando várias etnias indígenas se reuniram para realizar o Encontro de Todos os Povos, em abril de 2013.
Segundo Esbell, naquele momento, foi possível identificar que o grupo possuía um acervo bastante expressivo e que podia, sim, fazer parte de uma galeria. Foi então que nasceu a Galeria Jaider Esbell, que apesar de levar o nome do artista plástico idealizador da iniciativa, reunia mais oito artistas fixos.
“Como conseguimos que meu trabalho tivesse uma notoriedade muito boa, pensei que com essa visibilidade que o meu trabalho teve, podia ajudar na divulgação da cultura do estado, articulando a cultura indígena. E é assim que temos trabalhado desde então: trabalhar a arte em coletivo e contextualizada com as perspectivas regionais de forma segmentada”, ressalta Jaider Esbell.