AGENDA DA SEMANA

Presidente da Femarh diz que autorizações para queimada controlada foram usadas devidamente

Glicério Marcos foi um dos convidados do Agenda da Semana deste domingo.

Glicério Fernandes falou sobre as queimadas no estado (Foto: Reprodução/Youtube)
Glicério Fernandes falou sobre as queimadas no estado (Foto: Reprodução/Youtube)

O Agenda da Semana deste domingo (25) recebeu o presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), Glicério Fernandes, para falar sobre a situação de seca, acentuada pelo fenômeno climático El Niño e pela ação do homem no que diz respeito às queimadas no estado.

Glicério contextualizou a situação climpatica que Roraima e a Amazônia enfrentam, ressaltando que, independente da conjuntura do clima, o surgimento de focos de fogo é em decorrência da ação do homem.

“Hoje nós vivemos uma situação já esperada em função das mudanças climáticas, que afetam principalmente as regiões tropicais do mundo. E no caso da Amazônia brasileira, o El Niño é o principal ingrediente (…) Quando você tem uma caractéristica de seca em florestas densas, em florestas de diversas fitofisionomias, tamanhos, vegetais, você tem uma imensa quantidade de combustível disponível e isso é lógico que acontece com a ação do homem. A gente não tem registros de fogo fato [que não tem ação do homem (…) O uso do fogo ilegal, que vai desde por fogo em lixo doméstico na área rural ou lixo na área urbana, como é a região do Caçari. Perde-se o controle e há um desconforto muito grande para a população”

O presidente da Femarh orientou que o fogo não seja usado em nenhuma circunstância, pois se trata de um crime e leva à desproporcionalidade de pessoal para atender às ocorrências geradas por esse uso indevido.

“O ideal é a gente evitar o uso do fogo para tudo. Isso tem sido trabalhado pela Fundação há anos. Esse tipo de crime ele leva à desproporção em relação ao contingente que temos do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, brigadistas, que temos uma quantidade grande de brigadistas voluntários (…) É importante dizer que os agricultores são os mais prejudicados e que têm medo do fogo”

Glicério apontou que a situação em Roraima superou todas as previsões feitas pelos sistemas do poder público. Ele destacou a necessidade do planejamento ao longo prazo, bem como as ações de transporte de água potável desempenhadas pelo Governo de Roraima desde dezembro de 2023.

“É o mês mais complexo pra nós é esse que estamos vivendo agora. O fogo se asseverou no Amajari e o vento chegou em uma proporção ainda não qualificada e estimada pela meteorologia, superando o que se previu nas análise dos demais sistemas que temos no Brasil e no mundo, por isso é importante que o governo se planeje para o ano todo, principalmente na questão hídrica. Começamos a fazer o suporte no Uiramutã, com transporte de água potável, desde dezembro. Hoje estamos com problemas no Rio Branco, de captação e nos demais rios do estado. É uma composição de fatores de mudanças climáticas que a sociedade tem que entender que existem e que vão continuar”

Glicério apontou que a maioria dos focos de incêndio identificados no estado foram decorrentes da ação ilegal do homem e que para estes não houve autorização, a exemplo das queimadas no município de Amajari. De acordo com ele, os focos apontados pela ONG Greenpeace Brasil divergem da realidade..

“As autorizações de queimada são dadas para quem está licenciado. Deixar claro que o uso do fogo está em letra de lei e é comum e inerente à sociedade. Obviamente o uso indevido é vedado por lei. Das 12 autorizações de queimadas controladas e assistidas pelo poder público, 11 foram feito uso de apenas duas licenças. O Greenpeace colocou pontos de licenças em unidades de conservação nossas, no Baixo Rio Branco. Até agora, nenhuma das 12 autorizações, saiu dos limites da propriedade. O que aconteceu no Amajari, na Serra do Tepequém, com na região do Trairão e no Bom Jesus, foi fogo ilegal”

Confira a entrevista completa no Agenda da Semana