Com cartazes e gritos de manifestação, os estudantes da Universidade Federal de Roraima (UFRR) se reuniram em frente à Casa de Governo, que funciona no prédio da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), inaugurada na manhã desta quinta-feira (29) pelo Governo Federal. O motivo foi a retirada do Ônibus Intercampi, que faz o transporte dos alunos até o campus Cauamé, na zona rural de Boa Vista.
O acadêmico do curso de Medicina Veterinária relatou que, no ano passado, a oferta do ônibus já não era suficiente para suprir a quantidade de alunos que utilizavam esse meio de transporte para comparecer às aulas. Agora, ele afirma que o corpo estudantil se sente “abandonado” pela universidade.
“Não temos nem noção de quantos alunos serão prejudicados com essa retirada. Temos estudantes com deficiência, como cadeirantes e pessoas com autismo, que dependiam desse ônibus. Sem contar com os alunos de baixa renda, que não têm condições de pagar outro tipo de transporte. É um descaso, temos que reivindicar o mínimo, que é o direito de podermos assistir às nossas aulas”, disse.
O ônibus transportava alunos dos cursos de Agronomia, Medicina Veterinária e Zootecnia do campus Cauamé, localizado às margens da BR-174. Para a presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFRR, Laura Secundino, a universidade informou que a retirada aconteceu devido ao corte orçamentário na educação pelo Governo Federal.
“A UFRR disse que ia conversar com a Empresa de Desenvolvimento Urbano e Habitacional [EMHUR] sobre a flexibilização dos horários da frota de ônibus da Prefeitura de Boa Vista. Porém, desde o ano passado, essa frota municipal não supre a necessidade dos estudantes. É uma ingenuidade achar que, hoje, conseguiríamos isso só com a oferta da prefeitura”, comentou.
A reportagem entrou em contato com a Universidade Federal de Roraima e aguarda um posicionamento sobre o assunto.
