Os estados de Roraima e do Amazonas “não pertencem à Federação Brasileira” sem a pavimentação da BR-319, segundo o senador Omar Aziz (PSD-AM) na última sexta-feira (1º) durante reunião do conselho administrativo da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus). O parlamentar e o vice-presidente da república, Geraldo Alckmin saíram em defesa da rodovia.
Conforme Aziz, os dois estados estão isolados sem ter uma rodovia para ligá-los ao restante do Brasil. Em discurso de cumprimento aos representantes do Amazonas e Roraima, disse que “os únicos dois estados que não pertencem à Federação Brasileira, porque não tem uma estrada”. Mas que “o presidente Lula com certeza está olhando com carinho para a região e espero que a gente possa fazer parte do Brasil também”.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Geraldo Alckmin (PSB) também voltou a apoiar à pavimentação da BR-319, uma vez que defendeu o empreendimento que pretende explorar potássio na região. Alckmin afirmou que um grupo de trabalho foi criado pelo Ministério dos Transportes, numa tentativa de conciliar pavimentação e sustentabilidade.
Ele fez uma comparação com rodovias em São Paulo que cortam pedaços de mata atlântica, e disse que o bioma é um dos mais preservados do país. A mata atlântica está entre os biomas mais desmatados no Brasil.
“Não sou especialista na área, mas se pegar a mata atlântica, em São Paulo, é das mais preservadas do país, e tem rodovia ligando Taubaté a Ubatuba, São José dos Campos até o litoral. Tem rodovia, e é impressionante a preservação do bioma, da mata atlântica”, disse Alckmin, que afirmou existir tecnologia para os “cuidados ambientais”.
A reunião foi presidida por Geraldo Alckmin e contou com outras figuras políticas, como o governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), e o vice-governador de Roraima, Edilson Damião (Republicanos).
Impasse sobre a rodovia
A BR 319 foi construída na década de 1970 para ligar Manaus, capital do Amazonas, à Porto Velho, em Rondônia, mas, devido à falta de manutenção, diversos trechos da rodovia se tornaram intrafegáveis. Além disso, ambientalistas defendem e denunciam que asfaltamento da BR causará aumento do desmatamento de uma das áreas mais preservadas da Amazônia.
Documentos da licença da pavimentação da BR-319 no Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) mostram risco de mais desmate e grilagem com a obra. A expectativa pela restauração do trecho do meio, com 405 km, já alimenta desmatamento no curso da rodovia, segundo especialistas que monitoram a região.
*Com informações do Portal do Holanda e Folha de São Paulo