O programa Agenda da Semana deste domingo (3) recebeu a Dra. Catherine Saraiva, ex-delegada da Polícia Civil e advogada, que falou sobre direitos das mulheres sob a ótica do empoderamento e autonomia.
A Dra. Catherine deu início à conversa conceituando o empoderamento e explicando a importância da mulher ter o poder da escolha.
“O empoderamento é você dar escolha e autonomia para a mulher fazer o que ela quiser. Se ela quer trabalhar fora, se ela quer permanecer em casa e qual profissão ela quer exercer. Quando a gente fala de empoderar, é dar poder para ela fazer a sua escolha sem influência. Tem mulheres que ainda não têm essa consciência, que ainda não conseguem, por motivos sociais, familiares, que fazem com que ela não consiga exercer essa autonomia”
A advogada destacou que atualmente existem mais ferramentas para encontrar o empoderamento.
“Hoje a gente tem acesso a informação, tem as redes sociais, os movimentos, órgãos públicos. É muito fácil a mulher procurar informações para mudar de vida, se empoderar e exercer funções dentro ou fora do lar, do jeito que ela escolher”
Ela explica de onde vêm a objetificação da mulher e aponta que mesmo antes do casamento, existem casos de violência causados por esse sentimento de propriedade que o homem tem sobre a mulher.
“Isso tudo é fruto do machismo, de uma estrutura social, de coisificar a mulher, de mante-la submissa. O homem olha para a mulher como se ela fosse uma propriedade (…) Hoje nos temos muitos casos de violência que ocorrem entre namorados, que ainda nem são casados. As pessoas dão sinais do comportamento e de como são, e muitas vezes não percebem. Ela fica apaixonada e não vê certas condutas como sinais de violência”
Catherine explica que o ciclo de violência geralmente começa no cuidado excessivo e no cerceamento de liberdades e individualidades.
“A mulher precisa prestar atenção se aquela conduta, aquele cuidado não é na verdade um controle, de modo que você não anda mais só (…) A pessoa que olha o seu telefone com o objetivo de controlar o que você está fazendo, controlar com quem você fala. O relacionamento é baseado na confiança, mas também na autonomia de ser, falar, sentir e exercer outros papeis além de ser companheira”
A delegada explica os tipos de violência previstos na Lei Maria da Penha e elucida que a violência é cíclica e aumenta com o tempo.
“A Lei Maria da Penha prevê 5 tipos de violência: a física, a psicológica, moral, sexual e patrimonial. A física é mais comum. A ameaça também acontece muito. Se a mulher prestar atenção, sempre começa com a ameaça. Vai sempre dando sinais, cerceando, xingando e esse ciclo vai aumentando”