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Não brinque com o tempo

Não brinque com o tempo

Passar o tempo sem dar a ele alguma intencionalidade é a mesma coisa que nascer com a data da morte já marcada, ou seja, passar a vida toda sem identificar o seu propósito e deixar de si desafiar para ficar olhando o relógio marcar uma hora após a outra. A apatia a vida é uma das características de quem nasceu e não sabe o motivo, ou melhor, que já nasceu morto.

Passar o tempo por passar e adquirir experiência para conseguir superar as dificuldades da vida são duas abordagens completamente distintas em relação ao uso do nosso tempo e ao desenvolvimento pessoal de habilidades e competências. Enquanto quem usa o tempo como uma variável sem importância tem uma sensação de estagnação, o outra, que dá intencionalidade a sua vida e aos seus momentos, tem o desenvolvimento da resiliência diante de todo e qualquer desafio. Vamos explorar essas diferenças mais profundamente.

Quando falamos em “passar o tempo por passar”, referimo-nos à tendência de ocupar nossos momentos com atividades que, embora possam ser prazerosas ou relaxantes, não contribuem significativamente para o nosso desenvolvimento pessoal ou profissional. Isso pode incluir horas excessivas assistindo TV, navegando sem propósito na internet ou qualquer outra atividade que nos mantenha em um estado de passividade e conforto, mas que não nos desafia ou acrescenta valor substancial à nossa vida.

Embora todos precisemos de momentos de descanso e lazer, o excesso dessa abordagem pode levar a uma sensação de vazio, falta de propósito e total estagnação. Passar o tempo dessa maneira raramente nos prepara para enfrentar os desafios da vida, pois não estamos desenvolvendo habilidades, competências e adquirindo novos conhecimentos que construa a capacidade de nossa resiliência emocional.

Por outro lado, adquirir experiência através de uma participação efetiva na novela chamada vida, cujo cenário é o mundo ao nosso redor, é uma abordagem fundamentalmente diferente. Aqui, o foco está em aprender, crescer e se desenvolver. Isso pode envolver a busca por novos conhecimentos, o aprimoramento de habilidades, a superação de desafios e a saída da nossa zona de conforto. Cada nova experiência, seja ela um sucesso ou um fracasso, serve como uma lição valiosa que contribui para o nosso crescimento pessoal.

Adquirir experiência é crucial para superar as dificuldades da vida porque nos prepara com as ferramentas necessárias para enfrentar os problemas de frente, sem titubear ou mesmo se esquivar deles. Desenvolvemos resiliência, aprendemos a adaptar-nos a novas situações e a encontrar soluções criativas para os obstáculos. Além disso, ao nos expormos a novas experiências, ampliamos nossa compreensão do mundo e de nós mesmos, o que pode levar a uma vida mais satisfatória e dar significado a ela.

Maria Julia Paes da Silva no livro “Qual o tempo do cuidado?” nos leva a uma bela reflexão sobre o tempo: “O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis”, essa frase que é erroneamente atribuída a Fernando Pessoa, nos traz a clareza de que duração do tempo é completamente diferente da qualidade do tempo. Temos que entender que para aprendermos com o tempo, temos que estar abertos ao aprendizado, que solucionar problemas com esse aprendizado significa que utilizamos de forma correta nosso tempo, porém ao olharmos para problemas como se fossem “paisagens” temos a certeza de que passamos pela vida sem ver a qualidade das coisas que ela tem.

Muita gente se prende ao passado, seus eventos, relações e escolhas, isso pode exercer uma poderosa influência sobre o presente. Para alguns, essa influência se manifesta como uma série de fantasmas: arrependimentos, “e se?”, mágoas e traumas que persistem. Esses fantasmas têm o poder de distorcer a realidade atual, fazendo com que o presente seja constantemente comparado ou diminuído em relação às experiências anteriores. Tal estado de espírito não apenas impede o indivíduo de viver plenamente o presente, mas também obscurece a visão de futuras possibilidades, representando um “freio de mão” puxado e jamais desengatado na vida das pessoas.

Quando olhamos para o tempo como o momento presente repleto de possibilidades, um terreno fértil para a criação de novas memórias e experiências, estaremos aproveitando esse tempo para aprender. Quando conseguimos liberar os fantasmas do passado, abrimos espaço em nossas vidas para a beleza do hoje e do agora. Cada momento presente é uma oportunidade única para viver plenamente, amar, aprender e crescer. A vida se torna mais rica, mais colorida e significativa quando vivida nesse estado de presença, apreciação e aprendizado.

Temos que ter “Tempo de Qualidade” que é união entre o aprendizado e o descanso, mas sempre deixando longe, e sem nos contaminar, a famosa zona de conforto. Afinal de contas a mudança de tudo acontece na “Zona Mágica” aquela feita para todos, mas vista por poucos. Um lugar onde existe espaço para competência, para habilidades, mas que só permanece residindo nela, as pessoas que tiraram lições das derrotas e foram resilientes a cada novo desafio e os superaram.

Não podemos esquecer que o tempo e a paciência são irmãos. Que a pressa ou o ritmo acelerado e passional pode colocar em risco tudo o que sonhamos e desejamos, tudo porque achamos que dominamos o tempo, enquanto na verdade somos eternos aprendizes dele.

Dalai Lama disse que “Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver”. Aqui temos a clareza que, algumas pessoas, nasceram com algum defeito de fábrica, ou são acelerados demais, onde deixam de ver e aproveitar as oportunidades para olhar para um horizonte que ainda vai se apresentar a sua frente e outros olham tanto para a paisagem que quando chega o momento certo de se deparar com o seu horizonte, eles descobrem que passaram por cima de tudo e não aproveitaram absolutamente nada. Não devemos morrer de véspera, mas não podemos brincar de ser DEUS.

Aproveite seu tempo, não brinque com ele, o ontem se foi e tiramos dele aprendizados e o amanhã, trará velhos e novos desafios. Terá maior sucesso quem teve a humildade de aprender com os erros e acertos e os que viram na resiliência a sabedoria para fazer a travessia sem precisar abandonar seus valores e quem ajudou você a fazê-la.

Por: Weber Negreiros

CEO da WN Treinamento, Consultoria e Planejamento

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