Política

ZEE foi entregue pela metade por falta de pagamento, diz ex-diretor

Ex-gestor afirma que presidente do IACT não tem legitimidade para tratar da questão do projeto do Zoneamento de Roraima

O ex-presidente do Instituo de Amparo a Ciência e Tecnologia do Estado de Roraima (IACT/RR), Daniel Gianluppi, contestou a versão dada pelo atual presidente do IACT, Lurenes Cruz, sobre o paradeiro do processo do Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) de Roraima, principal e mais importante projeto para direcionar o desenvolvimento do Estado. Falando como presidente do Comitê Gestor do Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) da Secretaria Estadual de Planejamento (Seplan), Gianluppi afirmou que o presidente do IACT não tem legitimidade para falar sobre o ZEE.
“Ele [Lurenes Cruz], não tem competência nenhuma para falar sobre o ZEE, isso é de competência exclusiva do secretário da Seplan, Alexandre Henklein, e do Comitê Gestor do ZEE, o qual sou presidente”, afirmou. Ele ressaltou que estará fazendo uma apresentação, na manhã de hoje, do projeto ao secretário de Planejamento e aos membros do Conselho Gestor sobre como anda o projeto e assim tentar solucionar detalhes que estão faltando.
Questionado sobre que detalhes seriam esses, Gianluppi afirmou que é a falta de pagamento de parte do projeto. “Infelizmente, o Governo do Estado não pagou na integridade o valor acertado com a empresa para entregar o projeto, e por isso a empresa ainda não entregou”, afirmou. A Folha apurou que o valor cobrado pela empresa para fazer o projeto foi de R$1,3 milhão e que apenas parte desse valor teria sido paga, o que equivale a aproximadamente R$430 mil.
“Falta um terço desse valor a ser pago para a empresa e só depois é que ela vai entregar o restante do projeto”, disse, assumindo que tem uma cópia do ZEE, mas que não pode entregar por não estar autorizado. “Sou o responsável por toda condução do projeto do ZEE, fui nomeado para presidir o grupo de trabalho a fim de fazer o zoneamento, por isso a empresa me entregou apenas o que foi pago. Me deram uma cópia, mas não me autorizaram a entregar para ninguém”.
Ele afirmou que depois da apresentação vai tentar negociar com o secretário sobre o pagamento restante do ZEE para que assim a empresa entregue o restante do material.  “Vamos conversar e ver como pode ser pago o restante que falta e assim a empresa possa repassar o restante do ZEE, que já está pronto, mas falta esse restante do pagamento”, frisou.
O ZEE vai dar uma orientação geral de ocupação do Estado, dividindo-o em quatro zonas distintas. A Zona 1 é destinada à produção e desenvolvimento de Roraima. A Zona 2 prevê as áreas de uso controlado, aquelas das quais não se pode fazer qualquer uso, por serem frágeis.
A Zona 3 engloba as áreas de uso institucional, com as unidades de conservação, áreas militares e reservas indígenas. E a Zona 4 engloba as áreas de interesse urbano. Nela estão incluídas as áreas em que se desenvolvem as cidades, os povoados e outros agrupamentos humanos. (R.R)