Cotidiano

RR é 2º Estado que mais desperdiça água

Caer anunciou um plano de ação para reverter números apresentados pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento

De acordo com o relatório do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Snis), o Estado ocupa a segunda colocação entre as unidades federativas com maior índice de desperdício da água. Conforme o relatório, o Estado obteve índice de 59,7% em desperdício, finando atrás apenas do Amapá, com 76,4%. Ciente dessa estatística, a Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer) começa a colocar em prática um detalhado plano de ação, com foco na melhora na qualidade de abastecimento e redução do desperdício. 
“Essa é uma situação que sempre nos inspirou preocupação, tanto da governadora Suely Campos, quanto nossa que assumimos a companhia. Nós estamos com o plano de ação definido justamente para minimizar esses problemas. Queremos que a população passe a colaborar conosco, pois a água é um bem para todos, mas também muito precioso para perdermos de forma impensada”, disse o presidente da Caer, Danque Esbell.
Segundo ele, pelo menos três planos já estão sendo executados de forma imediata. O primeiro será a instalação de 40 mil hidrômetros na Capital, além de vistorias nas estações de abastecimentos no interior. A expectativa é que os equipamentos estejam instalados até o final do primeiro semestre deste ano. 
“A companhia já solicitou do Governo do Estado a aquisição desses hidrômetros, que serão implantados na Capital. Eles serão colocados principalmente em localidades onde existe uma carência de medidores. Logo em seguida, o passo será a substituição daqueles hidrômetros que estão com sobrevida gasta, fazendo assim com que nós tenhamos um controle do quanto está de fato sendo gasto e de quanto está sendo economizado”, disse.
Paralela a essa ação, a Caer vistoria as residências para detectar possíveis fraudes de abastecimento.  “A companhia montou equipes que farão fiscalização para evitar o desvio de água, fazendo assim que nós consigamos minimizar esses índices, deixando-o em um patamar aceitável. Infelizmente, nós somos o Estado com o segundo maior indicador de desperdício de água, perdemos apenas para o Amapá. A nossa principal meta é fazer com que essa estatística se reverta da melhor forma possível”, enfatizou.
O segundo ponto destacado pelo presidente da empresa diz respeito ao cuidado com os mananciais da Capital. Nos últimos anos, a companhia foi alvo de severas críticas em relação ao despejo de dejetos em igarapés que deságuam no Rio Branco. “Desde o momento que assumimos a companhia, a governadora nos pediu que essa situação fosse frequentemente vistoriada. Essa é uma das grandes preocupações da nova gestão e, obviamente, também a nossa. Desde então, estamos monitorando diariamente todos os nossos mananciais aqui na Capital”, afirmou.
“Estamos com um plano definido e a partir desta quarta-feira  começaremos a executar, junto com outros órgãos, as fiscalizações, identificar de fato quem está poluindo o meio ambiente e aplicando as penalidades pertinentes. Se for da nossa responsabilidade, nós faremos as correções exigidas”, afirmou.
A companhia possui nove estações elevatórias, que têm apenas um conjunto moto-bomba que, no caso de uma pane, poderia provocar uma situação de desastre ambiental. “Mas nós já iniciamos a aquisição de equipamentos que evitem esse tipo de situação. Esses equipamentos vão trabalhar paralelamente aos que já estão em funcionamento para que, no caso de um falhar, o outro dará o suporte, evitando assim qualquer tipo de dano ambiental”, complementou.
Como terceiro ponto de ação, a Caer deverá intensificar campanhas de conscientização sobre correto consumo dos recursos hídricos em suas atividades. Para o presidente, é de fundamental interesse que as pessoas passem a se policiar na utilização da água nas suas atividades de rotina.
“O desperdício é aquilo que você utiliza de forma desnecessária. Por exemplo, você começa a lavar o carro e deixa a torneira ligada. Vai lavar uma roupa e deixa a torneira derramando. Ou deixa o chuveiro ligado enquanto está se ensaboando. Então, são esses tipos de situações que configuram o desperdício de vetor. O ideal é sempre que for fazer esse tipo de atividade, a pessoa utilize apenas o que vai precisar. A economia na conta será maior e o recurso estará sendo preservado de forma segura”, frisou.