Política

Para comprar frango, venezuelanos enfrentam imensas filas

Em Caracas, a agência de imprensa francesa France Press (AFP) publicou imagens mostrando o completo desespero e comoção da população na Venezuela, que se seguiram durante a venda de carne de frango regulamentada pelo governo bolivariano na Avenida Bolívar, na última sexta-feira (24).
A população formou, desde a 1h, uma imensa fila próximo ao mercado de rua Mercal. Às 11h00, chegaram o presidente Nicolás Maduro e o ministro de Alimentación, Yvan Bello.
Assim que chegaram, as autoridades passaram a criticar a manifestação contra a inflação e a escassez, convocada pela Mesa da Unidade Democrática (MUD), coligação de oposição na Venezuela.
“Eles estão querendo tumulto, violência, e justamente o que o povo mais rejeita: a desestabilização”, disse Maduro, cuja assistência à venda de produtos alimentícios e outros de consumo “a preços acessíveis” foi transmitida por emissoras estatais que informaram que outros 524 mercados itinerantes foram instalados em todo o país.
No geral, o apoio público para Maduro está minguando. As empresas do país estão falindo, os impostos aumentando, e enquanto a China os socorre no curto prazo, esses acordos provavelmente prejudicarão a Venezuela no longo prazo.
E à medida que a economia se desintegra, a agitação social aumenta. Ao invés de resolver os problemas, o governo venezuelano parece estar preocupado em culpar e bater nos partidos políticos rivais.
Apesar da proclamada tranquilidade, há dois anos, a escassez extrema é vista diariamente em cerca de 60% dos produtos pelos venezuelanos, que passam entre 6 a 8 horas por semana em filas para comprar os gêneros alimentícios mais básicos, assim como produtos de higiene e limpeza.
A principal causa da atual escassez é o sistema de controle de preços e de câmbio imposto pelo governo, presente desde 2003.
A queda do preço do petróleo ajudou a lançar na recessão uma economia que já enfrentava a maior inflação da América do Sul e uma das maiores do mundo.
Fonte: istoé