Cotidiano

Aumento na incidencia de doenças respiratórias preocupa autoridades

Até março deste ano, 2.501 pacientes foram atendidos com pneumonia no Hospital da Criança

A pneumonia é uma infecção do quadro respiratório que se instala nos pulmões e é normalmente mais frequente durante o período chuvoso. De acordo com dados da Prefeitura de Boa Vista, os índices da doença são preocupantes na Capital considerando que houve um aumento de cerca de 6% no número de casos nos últimos dois anos.

Segundo a prefeitura, conforme informações do sistema de dados do Ministério da Saúde (Data SUS), durante todo o ano de 2016 foram 9.910 crianças atendidas no Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA). Já em 2017, o índice subiu 6,5%, considerando que no ano passado foram 10.558 pacientes infantis assistidos na unidade de saúde. Os dados mais atuais, até março deste ano, contabilizam 2.501 casos da doença atendidos no Hospital da Criança.

Excluindo a pneumonia e considerando todas as outras enfermidades que atingem o aparelho respiratório, que incluem infecções agudas, as doenças crônicas e a influenza (gripe), os dados apontam que também houve aumento na Capital.

Há dois anos, em 2016, foram 10.841 crianças atendidas com doenças desse tipo no HCSA. No ano seguinte, em 2017, o índice subiu, desta vez com cerca de dois mil casos a mais, passando para 12.309 pacientes com as enfermidades. Ou seja, um crescimento equivalente a 13,54%.

A prefeitura também revela que nos três primeiros meses deste ano houve mais casos de doenças respiratórias diversas do que de pneumonia, pois foram contabilizados 3.044 atendimentos em crianças até março de 2018 na Capital.

ESTADO – A Folha também entrou em contato com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) para obter os dados das doenças em adultos e, principalmente, o número de atendimentos realizados nos últimos anos e em 2018 no Hospital Geral de Roraima (HGR). Porém, não conseguiu obter as informações até o fechamento da matéria.

Resfriado malcuidado é fator de risco para pneumonia

Conforme o Ministério da Saúde, a doença é provocada pela penetração de um agente infeccioso ou irritante no pulmão, podendo ser bactérias, vírus, fungos ou por reações alérgicas. O MS alerta que, diferentes do vírus da gripe que é altamente infectante, os agentes infecciosos da pneumonia não costumam ser transmitidos facilmente.

A população deve ficar atenta com os principais sintomas da doença, que são febre alta, tosse, dor no tórax, alterações da pressão arterial, confusão mental, mal-estar generalizado, fraqueza, falta de ar, secreção de muco purulento de cor amarelada ou esverdeada e toxemia, ou seja, os danos provocados pelas toxinas carregadas pelo sangue.

Os principais fatores de risco para a doença são o fumo, álcool, utilização intensa do ar-condicionado, resfriados malcuidados e mudanças bruscas de temperatura, motivo pelo qual a pneumonia é mais frequente nos períodos chuvosos.

Segundo o MS, o hábito de fumar pode provocar reação inflamatória que facilita a penetração de agentes infecciosos. Já o consumo de bebida alcoólica interfere no sistema imunológico e na capacidade de defesa do aparelho respiratório. Já o uso contínuo de ar-condicionado deixa o ar muito seco, facilitando a infecção por vírus e bactérias.

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO – Para diagnosticar a pneumonia, a recomendação é que a população procure imediatamente o atendimento médico para solicitar exame clínico, auscultação dos pulmões e radiografias de tórax.

O tratamento das pneumonias, segundo o Ministério da Saúde, requer o uso de antibióticos e a melhora costuma ocorrer em três ou quatro dias. O Governo Federal alerta que a internação hospitalar pode fazer-se necessária quando a pessoa é idosa, tem febre alta ou apresenta alterações clínicas decorrentes da própria pneumonia, tais como: comprometimento da função dos rins e da pressão arterial, dificuldade respiratória caracterizada pela baixa oxigenação do sangue porque o alvéolo está cheio de secreção e não funciona para a troca de gases. (P.C)