Cultura

Inventor cria móveis com latas de refrigerantes

O projeto ‘Móveis Ecológicos da Amazônia’ foi selecionado na primeira fase do Prêmio Nacional de Inovação

O projeto ‘Móveis Ecológicos da Amazônia’ recria móveis e utilitários domésticos utilizando arame galvanizado e a superfície de latas de refrigerante. A ideia foi do comerciante Adriano Bezerra, que fundou o projeto que une geração de renda e sustentabilidade.
Adriano é um inventor nato, nascido em Pedreiras, no Maranhão, e construía seus próprios brinquedos na infância. Essa criatividade continuou na adolescência, quando criou um abridor de tampa de radiador dos carros e auxiliava as pessoas a manusear sem se machucarem. Em seguida, criou um modelo de utilidade que reproduzia um lavador de para-brisas e o exibiu em uma feira de invenções em São Paulo, no Parque Ibirapuera, em 1995.
Em 1997, veio morar em Roraima, quando teve a ideia de produzir coisas de utilidade, com garrafa pet ou com latinha, sem derreter o material. Fundou, em Caracaraí, o projeto que funciona nos fundos do seu comercial. Sua fábrica possui espaço para dez pessoas trabalharem, o que constitui geração de renda.
Para trabalhar com as tampinhas e o arame, o inventor utiliza alicate de bico e furadeiras. No processo artesanal, o trabalhador fica sentado em um banco com os materiais de produção, lapidando as tampas e os arames. Seu trabalho já participou de várias feiras artesanais, em mostras como o 6º Fórum de Responsabilidade Social do Sesi, Feira do Empreendedor do Sebrae, na Assembleia Legislativa, na Feira Internacional do Amazonas (FIAM) e no Rio +20, no Rio de Janeiro. O projeto também foi premiado por meio do programa ‘Mais Cultura’, do Microprojetos da Amazônia Legal, subsidiado pela Fundação Nacional de Artes (Funarte).
O projeto foi selecionado na primeira fase do Prêmio Nacional de Inovação, que tem como objetivo reconhecer as empresas brasileiras que contribuíram para o aumento da implementação de projetos inovadores.
Bezerra explica que sua inscrição foi feita pelo Núcleo de Inovação Federal de Indústrias de Roraima coordenado por Andreia Matos. “A equipe teve a iniciativa, visitou a minha fábrica e auxiliou-me a ampliar meu projeto. Passar pela primeira fase já é uma grande vitória para mim”, explica.
O prêmio é promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e Movimento Brasil Competitivo (MBC), com o apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).
Além do projeto, as empresas roraimenses Arroz Itikawa, Arte digital, Fit Manejo Florestal, Pontual Serviços e Publicolor também foram selecionadas.