Albergados do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) relatam que a estrutura da unidade está precária e eles temem que o prédio desabe durante o inverno.
“Estamos com medo e temendo pela nossa vida, pois a estrutura é muito antiga. Se o inverno esse ano for muito forte e desabar, não sobrevive ninguém”, informou um dos albergados que preferiu não se identificar.
De acordo com os denunciantes, após a queda de um muro durante um temporal em Boa Vista no dia 17 de setembro de 2022, a unidade passou apenas por pintura e algumas revitalizações que não melhoram a estrutura física. Além disso, no dia do acontecido, o prédio teria tremido.
“O telhado aqui está com a madeira podre e cedendo, as paredes estão com rachaduras. Só o que fizeram foi uma pintura. A estrutura lá é de prédio abandonado”, explicou.
Outra problemática apresentada pelos albergados é a frequente falta de água nos prédios do CPP e Cadeia Pública. Eles afirmam que tomam água da torneira do banheiro quando tem.
“Nesse calor ficar sem água é complicado. Isso é um problema constante lá dentro. Muitas vezes, nós bebemos água da torneira do banheiro, isso quando tem”, disse.
Outra reclamação dos albergados é que foi determinado que eles fiquem no local de trabalho sem direito a sair para almoçar em casa.
A reportagem procurou a Secretaria da Justiça e da Cidadania (Sejuc) que informou que:
A unidade passou por algumas revitalizações, podendo abrigar os internos que retornam para o pernoite.
O Centro de Progressão Penitenciária dispõe de poço artesiano que abastece a unidade prisional, e a Cadeia Pública Masculina de Boa Vista, durante o período de estiagem, sofre redução na vazão do poço, mas não prejudica o fornecimento de água aos internos.
Atualmente foi realizada a automatização da bomba que é responsável por encher a caixa d’água da unidade, ocorrendo a normalização do fornecimento.
O Centro de Progressão Penitenciária orienta os internos do semiaberto com proposta de emprego para cumprir o trabalho em horário estipulado pelo local.
Há fatos que são constatados pela equipe de fiscalização no quais os internos saem para o almoço e não retornam para o trabalho ou, em alguns casos retornam com atraso, havendo orientação pela direção para que os internos retornem ao trabalho no horário estipulado.
As regras de convívio e saída são apresentadas aos internos no momento que são inseridos no trabalho externo, e não há qualquer vedação expressa de saída no horário do almoço.