A população de Boa Vista voltou a respirar fumaça de queimadas a partir da noite dessa quinta-feira (21) e a enfrentar a baixa visibilidade causada pelo problema. O ar poluído foi classificado como “não saudável” pelo Índice Mundial de Qualidade do Ar.
Essa medição é feita na classificação PM 2,5 (partículas finas com diâmetro inferior a 2,5 milésimos de milímetro). A categoria “não saudável” é classificada de 151 a 200, sendo portanto, a terceira pior na escala de 0 a 500.
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Isso quer dizer que toda a população pode começar a sentir efeitos na saúde, e que grupos mais sensíveis podem sofrer danos mais graves. Portanto, o índice recomenda que pessoas ativas – especialmente crianças – e as com doenças respiratórias, como asma, evitem esforços prolongados ao ar livre.
Nas últimas 24 horas, os piores momentos do ar em Boa Vista foram registrados às 22h de quinta (166) e às 3h desta sexta-feira (170). O índice sugere, neste caso, máscaras para se proteger, como a N95, modelo capaz de filtrar 95% das partículas finas de poluição.
O Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva), a partir de imagens de satélite, registra manchas no mapa de Roraima que indicam queimadas pelo Estado nas últimas 24 horas. Segundo a Femarh (Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos), só em março, o Estado registra 705 focos de incêndio e vive previsão de risco de fogo de alto a crítico.
Na manhã desta sexta, o ar em Boa Vista é considerado “moderado”, o que significa que a qualidade do ar é aceitável, mas que alguns poluentes podem afetar a saúde de um público pequeno mais sensível. Pessoas ativas e com doenças respiratórias devem limitar o esforço prolongado ao ar livre.
Boa Vista em emergência
Boa Vista está em situação de emergência, por 180 dias, nas áreas de Agricultura, Defesa Civil, Serviços Públicos e Meio Ambiente em virtude da forte seca. O nível do rio Branco, o principal curso d’água do Estado, está em 36 centímetros negativos – 23 a menos que o menor da história, registrado em 2016. A informação é da ANA (Agência Nacional de Águas).
A situação já chegou a comprometer em até 30% a captação de água na capital na semana passada. Segundo a Caer (Companhia de Águas e Esgotos de Roraima), a situação ocorreu em virtude da danificação de uma das bombas de seu sistema, devido aos detritos vindos do leito do rio.
