Cotidiano

Roraima volta a exportar produtos livres da Mosca da Carambola

A primeira exportação de frutas após 10 anos de proibição foi uma carga de quatro toneladas de mandas para o Amazonas

Uma notícia boa para a agricultura de Roraima. Depois de oito anos, o Estado volta a exportar produtos livres da praga ‘Mosca da Carambola’. Saiu na tarde desta quarta-feira, dia 4 , um carregamento de quatro toneladas mangas tipo Palmer, produzidas em um sítio na região de Monte Cristo, zona Rural de Boa Vista, com destino a cidade de Manaus (AM).  


O presidente da Aderr (Agência de Defesa Agropecuária de Roraima), Gelb Platão, explica que para voltar até esta fase de exportação, os produtores, grandes e de pequeno porte, precisaram obedecer normas estabelecidas tanto na lei estadual como instruções normativas editadas pelo Mapa (Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento).


“Existe todo um monitoramento e capacitação dos responsáveis técnicos das unidades produtivas, e a Aderr trabalha junto com o produtor, capacitando e orientando até a emissão do CFO [Certificado Fitossanitário de Origem]”, detalhou.


Para ele, este é um passo importante que Roraima está dando em relação ao desenvolvimento, pois as exportações geram renda e ampliam o mercado.  “Essa é a primeira exportação que estamos fazendo após oito anos, isso significa que todos os produtores que estavam impedidos de exportar os frutos hospedeiros da Mosca da Carambola, agora podem mandar a produção para fora do estado”, comentou.


Nesta primeira propriedade onde foram cultivadas as mangas Palmer, o responsável técnico foi  engenheiro agrônomo, Carlos Zanata. Ele detalha que o primeiro passo para que a propriedade seja liberada para cultivo e exportação, é realizar o monitoramento por meio de armadilhas que possam detectar ou não a existência da Mosca da Carambola.


“O produtor nos procura e a partir daí iniciamos um trabalho de manutenção na propriedade, fechamos um cronograma para instalar as armadilhas dentro da área de plantio e a cada 15 dias fazemos o monitoramento para saber se área realmente está livre da praga”, explicou.   


PROCEDIMENTOS – Os produtores que tiverem interesse em exportar os frutos livres da Mosca da Carambola, como manga, caju, acerola, pimenta e goiaba, precisam procurar a Agência de Defesa Agropecuária, localizada na rua Coronel Mota, Centro de Boa Vista,  e manifestar interesse em exportar, seja ele pequeno ou grande produtor. 


A PRAGA NO ESTADO – Roraima estava proibido de exportar vários tipos de frutos desde 2010. Para acabar com a praga, a Aderr instalou barreiras fitossanitárias em locais estratégicos para que não viessem frutos das áreas de ocorrência para as áreas livres da Mosca. A partir disso, o Estado passou a fazer monitoramento oficial em conjunto com o Mapa.


Além de fiscalização, o combate é feito por meio de armadilhas feitas com feromônios que são aplicados em blocos e lançados no meio ambiente. Esses blocos atraem os machos. Também é realizada a pulverização que atrai as fêmeas.


O último caso da Mosca foi registrado em Amajarí, em dezembro de 2017. Em Normandia, Uiramutã e Pacaraima tem havido ocorrências ocasionais, por isso, os três municípios e parte de Bonfim continuam sob monitoramento. A presença da Mosca nas produções prejudicou a economia do Estado e de grande parte dos produtores.