Cultura

Experiências de imigrantes são retratadas em murais

Desenhos que representam lembranças e sentimentos dos venezuelanos acabaram se tornando uma exposição em murais de tecidos.

Nos abrigos que acolhem venezuelanos em Boa Vista, um colorido chama a atenção dos moradores, dos visitantes e dos funcionários de agências humanitárias e órgãos governamentais que atuam nestes locais. São murais de tecido costurados a partir de desenhos que representam lembranças e sentimentos dos venezuelanos que foram forçados a deixar seu país em busca de proteção no Brasil.


A arte foi resultado de atividade, que contou com a participação de crianças, jovens e mulheres, foi conduzida pela Acnur (Agência da ONU para Refugiados) nos abrigos Jardim Floresta, São Vicente e Nova Canaã. São três murais cheios de cores, histórias e mensagens de agradecimento, instalados desde o dia 20 de junho, no Dia Mundial do Refugiado.


Neste murais, os desenhos contam detalhes das jornadas desde a Venezuela até o Brasil, refletindo tanto os elementos e sentimentos que foram mais marcantes durante o trajeto, quanto aqueles relativos às suas novas vidas em Roraima. São paisagens, pessoas, objetos, ou mesmo palavras refletindo emoções. 


O processo criativo para a produção dos murais ocorreu em diferentes etapas. Na primeira, uma equipe do Acnur propôs uma dinâmica com os moradores de cada abrigo explicando o projeto e seu significado para o Dia Mundial do Refugiado. Em seguida, crianças e adultos expressaram sua trajetória da Venezuela até Boa Vista por meio de desenhos e palavras, que posteriormente foram transferidos para pedaços de tecido por moradores com habilidade de pintura e artes manuais. Por último, venezuelanos com aptidões para costura uniram os pedaços de pano que se transformaram em três lindos murais.


Segundo o assistente de Abrigo, Josué Santos, que idealizou e conduziu o projeto junto com os venezuelanos, o objetivo inicial era projetar, por meio da arte, a voz de pessoas que tiveram que deixar tudo para trás. Mas ao final, o processo acabou tomando outro rumo. “O envolvimento das pessoas nas rodas de conversa, na produção das cartas e dos desenhos, na costura e na produção dos murais mostrou o quanto é importante se fazer ouvir”, comentou, ressaltando a riqueza da troca de experiências no momento da produção.


Parte dos desenhos que foram produzidos para o mural também integra uma exposição no Centro de Referência ao Refugiado e Migrante, localizado no campus da UFRR (Universidade Federal de Roraima). O local recebe em média cerca de 200 pessoas por dia,

Fonte: Acnur