JESSÉ SOUZA

Apagão com 18 horas de caos no principal ponto turístico de Roraima

Árvore atingida pelo fogo caiu sobre fiação de rede elétrica, deixando população por 18 horas sem energia (Imagem: Reprodução)

Feriados prolongados exercem um grande impacto para o mercado do turismo, especialmente por injetar dinheiro novo na economia local, além de contribuir para a geração de empregos. Foi assim na Semana Santa no Município de Mucajaí, onde tradicionalmente é realizada a Encenação da Paixão de Cristo, um momento especial para a economia daquela localidade.  

No entanto, na Serra do Tepequém, no Município do Amajari, o principal ponto turístico de Roraima, o feriado foi marcado por um apagão energético de 18 horas, que começou por volta das 10 horas da manhã de sexta-feira e se estendeu até as 4 horas da madrugada de sábado, provocando prejuízos incalculáveis para os cerca de 30 empreendimentos turísticos da localidade e sérios transtornos para os moradores e turistas.

O problema foi causado por uma árvore que havia sido atingida pelas queimadas e que caiu sobre a fiação da rede de fornecimento de energia elétrica da região, na RR-203. A mesma situação ocorrera dias antes, em 13 de março, quando Tepequém ficou por 12 horas sem energia, internet e água. O que chama atenção é o tempo de resposta da empresa para solucionar o problema em um tempo mais breve possível.

O apagão atingiu também os moradores da Vila Ametista e da Vila do Trairão, onde os pequenos comércios são os mais atingidos, com destaque para aqueles que trabalham com alimentos perecíveis, a exemplo de açougues. A população, além de ficar incomunicável e sem o fornecimento dos serviços essenciais mais básicos, sofre com o calor e a infestação de carapanãs (muriçocas), o que impede o sono tranquilo que todo cidadão merece.

No Tepequém, os prejuízos foram incalculáveis. Além de alimentos que estragaram e dos transtornos comuns desse tipo de ocorrência, vários turistas desistiram e pediram ressarcimento da hospedagem. Quem não teve outra alternativa senão ficar, sofreu com suas crianças, especialmente as de colo, e muitos ficaram sem ter comércios abertos ou opção para se alimentar. Um verdadeiro caos com sérios reflexos para o turismo.

A demora para solucionar o problema em curto espaço de tempo poderia ser resolvido facilmente. A questão é que empresa energética não tem em Amajari uma equipe de sobreaviso, com um caminhão equipado. Tudo depende do envio de uma equipe de Boa Vista, ampliando ainda mais o tempo de resposta, uma vez que para chegar ao fim da linha, como é o caso de Tepequém, são no mínimo três horas de viagem por uma estrada de qualidade ruim.

Nesse apagão deste feriado, a queda da árvore ocorreu por volta das 10 horas da manhã de sexta-feira. A equipe foi acionada somente ao meio-dia, quando começou a se preparar em Boa Vista, e só chegou ao local da ocorrência por volta das 19h. Ou seja, foram 19 horas só para a chegada. O serviço só foi concluído na madrugada de sábado, quando a energia foi restabelecida por volta das 4 horas.

Se houvesse uma equipe de sobreaviso na sede do Amajari, na Vila Brasil, seria reduzido sobremaneira o tempo de resposta, ajudando a aliviar os prejuízos e transtornos para os moradores e turistas. Um abaixo-assinado está sendo feito pelos moradores reivindicando que haja uma equipe de prontidão aos feriados e fins de semana, cobrança essa que precisa ser acompanhada pelos órgãos de defesa do consumidor.

Não é mais tolerável que o principal ponto turístico do Estado não tenha a atenção devida das autoridades, a exemplo dos constantes apagões e da demora para agir em casos emergenciais. E isso sem contar que o problema pode se repetir, pois existem muitas árvores atingidas pelo fogo que podem cair a qualquer momento sobre a fiação. As autoridades precisam dar uma resposta urgente a este sério problema.

*Colunista

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