AFONSO RODRIGUES

O bumerangue da vida

“Essa tentativa me faz lembrar o aborígene que comprou um bumerangue novo. Depois passou o resto da vida tentando se livrar do velho”. (Og Mandino)

Não importa qual a tentativa, o que importa é que ela é sempre um bumerangue, quando viajamos nos pensamentos. E quando viajamos sadiamente por tempos passados, tanto podemos nos entristecer como nos alegrar. No livro Universidade do Sucesso, o Og Mandino tem uma frase que me encanta: “Ao trocar os hábitos prejudiciais pelos positivos, está substituindo a estratégia da derrota pela da vitória”. Caso você tenha o hábito de ficar alimentando pensamentos negativos, mude sua maneira de pensar, e seja vitorioso ou vitoriosa. A vida é um bumerangue, nós é que não sabemos usá-lo. Mas é simples aprender, mesmo sendo difícil. É gostoso pra dedéu, a gente lembrar sempre de bons momentos passados.

Recentemente tive uma conversa agradável e positiva com o pessoal da FOLHA. E como é meu costume, sempre navego por lembranças agradáveis do meu tempo de criança. Todos admiram como é que eu me lembro de coisas de passado tão distante. Porque faz muito tempo que vivi minha infância, minha adolescência, e até mesmo a conhecida maturidade. Todos estão no baú da felicidade. Porque nunca perco meu tempo relembrando maus momentos, que são inevitáveis. E nada mais agradável do que você acordar, pela manhã, e sorrir para você mesmo, lembrando-se de bons momentos do passado.

Como era uma manhã de sábado, não tive pressa para me levantar. Olhei para o teto e iniciei um passeio pela minha infância, numa cidade maravilhosa. À época ela era apenas uma vila, encantada com o desenvolvimento trazido pela construção da Base Aérea Norte Americana, em Parnamirim, no Rio Grande do Norte. Aos oito anos de idade eu era uma criança muito observadora. E foi o que me enriqueceu mentalmente, observando o avança da vila formando-se cidade, e dos acontecimentos no avanço da Segunda Guerra. E acredite, tudo isso passou pela minha cabeça ontem, quando acordei e senti saudade daquele tempo.

Deitado continuei olhando para o teto e dei início à caminhada pelas ruas de Parnamirim, ainda vila. Passei pelo mercadinho, parei na oficina de bicicletas, mais não havia com quem bater papo. Segui pela ruazinha que levava até ao restaurante do casal de americanos, mas não os vi. E continuei a caminhada até que a dona Salete me chamou para o café da manhã. Fiquei chateado porque não tive tempo de chegar até a casa onde passei minha infância, e de onde só saí já adolescente. Foi uma manhã muito feliz, com lembranças de uma infância muito produtiva. Pense nisso.

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