Um estudo inédito desenvolvido por pesquisadores do Curso de Medicina da Universidade Estadual de Roraima (UERR), com 428 homens de Boa Vista (RR), observou o risco antecipado em até uma década de fraturas, que podem levar à osteoporose. O levantamento foi informado pelo professor do Curso de Medicina da UERR, Dr. Mário Maciel de Lima Junior.
“É uma janela para as vidas daqueles 428 homens em Boa Vista, uma história sobre como a ciência, em sua busca incansável por conhecimento, se entrelaça com as narrativas humanas, oferecendo não apenas compreensão, mas também esperança. Uma esperança de que, ao entender melhor os fatores que influenciam a saúde óssea, e que possamos não apenas prever, mas também prevenir, as armadilhas que o tempo e a doença preparam para nós, sem o medo silencioso da osteoporose”, disse.
História silenciosa
Mário Maciel destacou que “no coração de Boa Vista, capital de Roraima, uma história silenciosa se desenrolava, escondida nas sombras das rotinas diárias e da vida agitada de seus habitantes.” Ele disse que era uma história que falava não apenas de ossos e saúde, mas de vidas, esperanças e da incansável busca da medicina para entender e prevenir as armadilhas que o tempo tece no corpo humano.
O protagonista desta narrativa foi esse estudo pioneiro, onde foi feito um rastreamento populacional de um adversário invisível, a osteoporose em homens. Segundo o professor, “uma patologia osteometabólica que, embora comumente associada às mulheres, também tecia sua trama silenciosa entre o gênero masculino.”
Os 428 homens tinham idades variando de 40 a 80, onde o professor diz que cada trazia consigo a sua própria história. Além de “seus hábitos de vida, suas lutas contra doenças crônicas como hipertensão arterial e diabetes mellitus (síndrome metabólica de origem múltipla, decorrente da falta de insulina) e a esperança de contribuir para um entendimento maior de sua própria saúde.”
Doença silenciosa
Os participantes da pesquisa foram recrutados na Clínica Especializada Coronel Mota, no Centro de Boa Vista. “Um lugar onde as histórias de vida se cruzam e onde a ciência procura respostas para perguntas complexas. A osteoporose, muitas vezes chamada de ‘a doença silenciosa’ por sua natureza insidiosa, tem o potencial de comprometer significativamente a qualidade de vida, levando a fraturas dolorosas e, em casos graves, à perda de autonomia”, disse Mário Maciel.
No entanto, destacou que o estudo se tornou fascinante para os pesquisadores da UERR foi a escolha de uma ferramenta tecnológica “para desvendar os segredos da doença”. A ferramenta citada é um equipamento que faz nomograma (cálculos matemáticos e estatísticos que aponta a possibilidade de osteoporose a longo prazo, com o nome comercial de Frax.
Segundo o coordenador do Curso de Medicina da UERR, o Frax é uma inovação da Universidade de Sheffield, que permite aos médicos calcular o risco de fratura osteoporótica de um indivíduo, levando em conta não apenas a densidade óssea, mas também uma série de outros fatores, desde os resultados de exames laboratoriais até os hábitos de vida. “O Frax ajustado pelo Trabecular Bone Score (TBS) – é usado -para avaliar o risco antes de prosseguir com exames mais onerosos”, acrescenta.
No seu portal, a universidade inglesa informa que o instrumento Frax é direcionado para o computador e está disponível através de seu portal na Internet. E avisa que há muitas versões simplificadas, baseadas no número de fatores de risco e que também estão disponíveis, e podem ser baixadas para uso em consultório.
“O algoritmo de Frax fornece a probabilidade de fratura nos próximos 10 anos. O resultado é a probabilidade de fratura de quadril e a probabilidade nos próximos 10 anos de uma fratura maior (fratura vertebral clínica, antebraço, quadril e ombro)”, assinala a universidade britânica.
“Esta história, contada através de dados e análises estatísticas, é mais do que um relato de números e percentuais. É uma janela para as vidas daqueles 428 homens em Boa Vista, uma história sobre como a ciência, em sua busca incansável por conhecimento, se entrelaça com as narrativas humanas, oferecendo não apenas compreensão, mas também esperança”, afirma Mário Maciel.
“Uma esperança de que, ao entender melhor os fatores que influenciam a saúde óssea, possamos não apenas prever, mas também prevenir, as armadilhas que o tempo e a doença preparam para nós, permitindo que mais histórias sejam vividas plenamente, sem o medo silencioso da osteoporose”, finaliza
Currículo
O professor Mário Maciel de Lima Junior, segundo dados da plataforma Lattes, é médico urologista com Doutorado (2012) e Mestrado (2006) pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-UNICAMP). Possui Pós-Doutorado na Icahn School of Medicine / Mount Sinai EUA (New York) (2014), na sub-área de endourologia; sob orientação e supervisão do professor Dr. Mantu Gupta.
Possui Fellow (responsável por preparar apresentação e discussão em reunião de grupo).em Urologia na University of California San Francisco (UCSF-USA) e Pós Graduação em UTI-Adulto no Hospital Israelita Albert Einstein (SP).
Atualmente é coordenador do Curso de Medicina da Universidade Estadual de Roraima (UERR), professor do Programa de Pós Gradução em Ciências da Saúde (PROCISA) da Universidade Federal de Roraima (UFRR); atuando principalmente nas áreas de genética molecular do Câncer de Próstata, Endo-Urologia, Saúde do Homem e medicina do estilo de vida.
É membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia (TiSBU) e do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (TCBC). Internacional Member da American Urological Association (AUA) e da Confederação Americana de Urologia (CAU).