O presidente do Conselho Regional de Medicina de Roraima (CRM-RR), Domingos Sávio Matos Dantas, projetou que, em cinco anos, o Estado deve ter excesso de médicos em meio aos poucos locais de trabalho. A declaração foi feita durante a edição de domingo (14) do programa Agenda da Semana, da Folha FM (assista ao programa completo ao final da reportagem).
A fala foi feita em meio à iminência de que uma faculdade particular planeja abrir um novo curso de Medicina em Roraima. Na opinião de Dantas, o Estado, que tem média de 110 médicos formados por ano, não precisa de mais um curso da área. “Se realmente vai abrir universidade privada, que faça um hospital privado”, diz o médico infectologista.
“Se manter 110 profissionais formados por ano, acho que em cinco anos teremos excesso de médicos e pouco campo de trabalho”, avaliou. “Se a gente conseguir aumentar o número de hospitais e serviços, vai comportar os médicos”.
O primeiro-secretário do CRM-RR, Patrick Araújo, afirmou que Roraima precisa melhor distribuir os profissionais entre os 15 municípios. Isso porque 97% dos médicos estão em Boa Vista, segundo o levantamento Demografia Médica 2024, do Conselho Federal de Medicina (CFM).
Se na capital são 2,72 médicos para cada 1 mil habitantes, no interior esse percentual é de 0,14 para cada 1 mil moradores. Na opinião de Domingos Sávio, são necessárias políticas que fixem os profissionais no interior de Roraima, como concursos públicos com planos de carreira e boas condições de trabalho. “Se ele não tem condição de trabalho, não vai ter como se desenvolver”, avaliou.
Os dirigentes do CRM ainda defendem, por exemplo, a construção de um novo hospital geral, uma nova maternidade e a melhoria dos atuais hospitais, a exemplo do Hospital Coronel Mota, bem como melhoria da residência médica no Estado. “No Coronel Mota, já passou do tempo de a gente ter outro local que consiga comportar os médicos. Até temos médico, mas não temos quantidade de salas necessárias para atender”, disse Domingos Sávio.
Déficit de especialistas
Por outro lado, o presidente do CRM-RR afirma que o Estado precisa de mais médicos especialistas. Ele concordou que Roraima precisa ampliar residências médicas para fixar os profissionais e elogiou a chegada do Hospital Universitário, que promete impulsionar esse número. “A gente precisa da residência medica, estruturar o que temos e consequentemente abrir novas residências”, opinou.