Sujeitos a apagões de até 10 horas por dia, os venezuelanos enfrentam a partir desta segunda-feira, dia 23, a greve dos trabalhadores do setor elétrico, que reivindicam aumento salarial e investimentos para revitalizar este serviço público. Com ampla influência sobre alguns sindicatos, o governo de Nicolás Maduro ainda não reagiu ao anúncio de paralisação.
“Iniciamos a paralisação com a presença dos trabalhadores nos postos, mas sem trabalhar”, afirmou o dirigente da Fetraelec (Federação de Trabalhadores do Setor Elétrico), Reinaldo Díaz, à rádio Éxitos. “Há falta de manutenção, muitos equipamentos obsoletos, e isso tudo tem afetado a confiabilidade do serviço.”
O Sindicato reclama da corrosão dos salários da categoria – e de toda a sociedade – pela hiperinflação, estimada em 13.800% para este ano pelo FMI (Fundo Monetário Internacional). Díaz também se queixa do fato de os trabalhadores do setor serem vistos pela população, atingida por apagões e prestação precária de serviços, como os responsáveis. “Fazemos o possível para resgatar os serviços. Trabalhamos com as unhas”, afirmou.
Nos estados de Zulia, Mérida, Táchira e Trujillo, os apagões são diários e causam problemas para um leque imenso de atividades – das escolas aos hospitais, passando pelos bancos e caixas eletrônicos. Furtos de material elétrico, como cabos e fios, são frequentes. O governo de Nicolás Maduro atribui as falhas a “sabotagens da oposição”. O sindicalista, à situação do país.