A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que é subordinada ao Ministério de Minas e Energia, está realizando reuniões abertas ao público em geral em diversos municípios para que esclarecimentos possam ser feitos em relação ao projeto do Governo Federal de construir uma usina hidrelétrica no Rio Branco, na região da cachoeira de Bem Querer, em Caracaraí.
Em Boa Vista, essa audiência pública ocorrerá neste sábado, 28, às 18 horas, no Palácio da Cultura Nenê Macaggi. A intenção é que representantes da empresa deem informações sobre os estudos que devem ser feitos em Roraima.
De acordo com o diretor de Estudos Econômico-Energéticos e Ambientais da EPE, Thiago Barral, a equipe já visitou cinco municípios desde que desembarcaram no Estado, na segunda-feira, 23. “A equipe como um todo já passou por Bonfim, Iracema, Cantá, Mucajaí e nessa sexta-feira, 27, foi a vez de Caracaraí. Nessas reuniões, deixamos claro que ainda não podemos falar de impactos ambientais ou como será a construção, uma vez que os estudos da EPE ainda serão realizado. Porém, muitas pessoas estão em dúvida ou confusas em relação ao projeto como um todo. Vemos que as pessoas querem adquirir conhecimento sobre o assunto e queremos saciar essas dúvidas”, explicou.
A analista de pesquisa energética da EPE, a antropóloga Carolina Braga, contou que essas reuniões servem como uma forma de estabelecer contato entre a empresa que vai realizar o estudo e a sociedade em geral. “Grupos mais críticos às construções da hidrelétrica, como associações de pescadores e lideranças indígenas, assim como organizações ambientais, sempre são bem-vindos. Acreditamos que quanto mais as dúvidas e questionamentos forem sanados, melhor, pois a ideia não é apenas falarmos sobre a construção da usina em si, mas também os seus impactos, para que possamos estudar formas de contorná-los”, afirmou.
A consultora técnica do EPE, Natasha Sodré, disse que o projeto de pesquisa está previsto para começar em setembro deste ano, e só será concluído em 2020, para depois o balanço ser analisado quanto a possibilidade ou não da construção da hidrelétrica em Bem Querer.
“Neste momento, estamos nos apresentando para a sociedade em geral, pois não queremos ser evasivos. Gostaríamos de ouvir as pessoas e tomar suas críticas como formas de moldar o nosso modus operandi. A previsão é que nossa pesquisa inicie em setembro e termine em dezembro de 2020”, disse.
Natasha Sodré também afirmou que as audiências públicas são importantes para que não haja uma interpretação errônea das comunidades com a chegada do efetivo de pesquisa. “Haverá toda uma equipe que virá para Roraima realizar estudos em comunidades que são banhadas pelo Rio Branco e em todo o ecossistema em torno dele. Serão várias pessoas que, em municípios menos populosos, podem causar certo espanto, ou passar a imagem de que a usina já está sendo construída”, comentou.
Thiago Barral destacou que não gostaria que o diálogo com as comunidades e populações de centros urbanos termine agora, e frisou que uma rede de comunicação está sendo trabalhada para esclarecimentos. “O contato com a sociedade não termina por aqui. Marcaremos outras reuniões nos mesmos municípios, no futuro. Além disso, queremos montar uma rede de comunicação de fácil acesso, através de e-mail, portal e contato, para que a população se sinta segura em conversar conosco a qualquer momento”, afirmou.
Atualmente, a sede da empresa em Roraima está situada na Rua Manoel Aires, 152, bairro Mecejana. O telefone para contato é 3623-2419, e o e-mail é o [email protected]. (P.B)