Na madrugada desse domingo, 29, quatro médicas que trabalham no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth – HMINSN foram agredidas durante o plantão. Segundo apurado pela reportagem, o autor das agressões verbais teria sido o marido de uma paciente de nacionalidade venezuelana que estava internada na sala de pré-parto da unidade de saúde.
A Folha obteve a informação ainda de que no momento do ocorrido não havia segurança no Hospital e isso deixou as profissionais amedrontadas. A Polícia Militar foi chamada e o homem suspeito das agressões foi contido com uso de algemas, uma vez que ele teria resistido às ordens policiais.
“Quando a guarnição chegou ao local pediu para que ele [agressor] se acalmasse, mas ele partiu para cima agredindo com socos e ponta pés, totalmente descontrolado e furioso, foi quando solicitamos apoio para conter a situação. Foram usadas técnicas de imobilização para conter a injusta agressão, uma vez que ele estava resistindo à prisão”, disse uma policial que pediu para não ser identificada. As vítimas registraram ocorrência no Plantão Central e a polícia abriu procedimento para apurar a situação.
A Secretaria de Saúde – Sesau informou em nota que tudo teria ocorrido porque uma paciente venezuelana precisou ser transferida para a ala das Orquídeas. E que esse seria o único local do HMI (Hospital Materno Infantil) onde não é permitida a visita, nem a presença de acompanhantes do sexo masculino, pois no ambiente são realizados os procedimentos de pré-parto.
“Quando a mulher é destinada à sala de parto, que é individualizada, ou ao centro cirúrgico, a presença do acompanhante do sexo masculino passa a ser permitida. Ocorre que ao ser informado sobre a impossibilidade de permanência na sala de pré-parto o marido da paciente também venezuelano, passou a ser agressivo verbalmente com as médicas de plantão, inclusive com ameaças de agressão física”, reafirmou a Sesau.
A nota do governo diz ainda que ele teria tido apoio de outros venezuelanos que estavam na Unidade e também passaram a ameaçar as médicas. Diante dos fatos, servidores que atuam no controle da entrada e saída na Unidade prestaram auxílio às médicas e acabaram sendo agredidos pelos venezuelanos.
A Polícia Militar de Roraima foi acionada e as profissionais e os servidores agredidos registraram Boletim de Ocorrência por conta das agressões físicas e verbais, além das ameaças sofridas.
A Sesau ressalta que não compactua com esse tipo de tratamento destinado aos servidores e lamenta que tenha havido a necessidade de intervenção policial, porém foi necessário para garantir a integridade física dos servidores públicos.