Política

PSOL diz que segurança tem que ter comando único e anuncia fim da militarização de escolas

Para o candidato, a unificação de toda a estrutura da segurança pública resultaria em menos gastos e maior eficiência

O segundo entrevistado da série especial com os candidatos ao Executivo Estadual nas eleições deste ano, promovida pelo programa Agenda da Semana, na Rádio Folha AM 1020, foi Fábio Almeida, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Entre as propostas de governo do candidato, que teve a candidatura confirmada na convenção do partido, no sábado, dia 28, está a unificação do sistema de segurança pública por meio de um comando único. A outra seria o fim das escolas militarizadas, projeto executado pela atual gestão e com grande aprovação popular.

No que se refere à segurança pública, Almeida afirmou que não tem lógica ter cinco estruturas de comando. Segundo ele, os recursos unificados poderiam ser melhor administrados, atendendo a população de forma efetiva. “Um exemplo, se hoje a nossa necessidade é investir em policiamento ostensivo, não posso utilizar recursos que estão lá para polícia civil. O secretário de segurança é um figurante nesse processo todo, porque o comandante da Polícia Militar, a delegada geral e o secretário de Justiça e Cidadania fazem o que querem. A Casa Militar apesar de não ser da estrutura da segurança tem uma influência grande na estruturação dos serviços, também faz o que quer”, criticou.

A proposta do candidato é unificar todas essas estruturas em um único comando. Ele também acredita que é necessário rever a política de encarceramento em massa. “Nós precisamos combater crimes hediondos, crimes contra a vida, contra o patrimônio, latrocínio, feminicídio e homicídio. Essas pessoas precisam cumprir pena em presídios de segurança máxima. Mas também precisamos ter uma unidade para crimes de menor porte, outras formas de pagar essas penas, como o trabalho e serviços sociais”, pontuou.

Uma das soluções apontadas seria a priorização de investimentos na polícia técnica e científica para combater crime organizado, investimentos em inteligência. Além do redirecionamento dos profissionais da Segurança Pública à disposição de diversos órgãos, como a Assembleia Legislativa e o Tribunal de Justiça de Roraima.

Militarização das escolas – O candidato afirmou que outra proposta é o fim do processo de militarização das escolas. “Acreditamos que as nossas escolas não precisam de policiais armados, mas sim de condições adequadas para os nossos alunos e professores, instrumentos pedagógicos adequados para que os nossos professores possam trabalhar e, bibliotecas”, pontuou.

O fim das escolas militares acabaria com gastos excedentes em remunerações. Hoje porque a lei da militarização não regulamenta somente o processo executado nas escolas, mas também o exercício de militares na Casa Militar, na Assembleia Legislativa, no Tribunal de Justiça e em outros pontos do estado. Dependendo da função, eles recebem um subsídio de 12% a 25%. Ou seja, um diretor de uma unidade militarizada recebe 25% a mais no salário para comandar uma unidade. 

Chapa – Para as eleições deste ano, o PSOL coligou com PSTU e pelo PCB. A candidata à vice-governadora é a advogada e servidora pública, Érica Marques. Os candidatos ao senado são Telma Taurepang, liderança indígena. O segundo é Lourival Gomes, liderança sindical da área da construção civil.