Política

Anchieta diz que Estado vai realizar concurso público somente em áreas prioritárias e se houver condições de pagamento dos salários

O ex-governador afirmou que é necessário fazer uma readequação no quadro de servidores para posteriormente fazer concurso público

O ex-governador de Roraima e um dos concorrentes ao cargo nas eleições de 2018, José de Anchieta (PSDB), foi o primeiro entrevistado de uma série especial com os candidatos ao Executivo Estadual, promovida no programa Agenda da Semana, na Rádio Folha AM 1020. Ele, que teve a sua candidatura oficializada pelo partido no sábado, dia 28, afirmou que caso eleito, poderá realizar concursos públicos apenas no segundo ano de gestão. No primeiro momento, a prioridade seria reorganizar a folha de pagamento para voltar a pagar os servidores em dia.

Anchieta destacou que diversos setores como saúde, segurança e educação, clamam pela contratação de novos profissionais. Ele reconhece a necessidade de aumento do efetivo nestas áreas, mas acredita que as despesas do Estado precisam ser readequadas, pois atualmente elas ultrapassam as receitas. “Primeiramente tem a questão legal, para o Estado, o limite é 49%. Para o Poder Judiciário é 6%, Assembleia Legislativa com Tribunal de Contas 3% e o Ministério Público 2%, juntos somam 60%. Claramente ninguém pode ultrapassar esse limite”, disse.

Em uma possível gestão, ele afirmou que o primeiro passo é fazer um levantamento de cargos efetivos e comissionados e verificar se os limites são cumpridos. “Me perguntam muito se vou fazer concurso público, eu digo exatamente isso, primeiro se analisa a condição legal; segundo, a necessidade do profissional; por último, se o Estado tem como na situação em que está, em que o governo não está”, pontuou.

Em outros pontos da entrevista, o candidato falou de acertos e erros de sua gestão, entre 2006 e 2010. Entre os acertos destacou os investimentos em infraestrutura, obras de energia e saneamento básico. Já entre os pontos negativos, elencou a questão da transferência das terras e a não conclusão da federalização da Companhia Energética de Roraima (CERR).

Para Anchieta, o destaque principal foi o “pontapé” inicial de infraestrutura do Estado. “Asfaltamos a malha rodoviária federal praticamente toda e algumas rodovias estaduais. Também obras de energia; levamos rede de alta tensão para diversas localidades do interior, que estão prontos para serem interligados ao sistema. Além das obras de saneamento, água e esgoto, que fizemos em Boa Vista”, listou.

Na área de saúde, o candidato lembrou que deixou duas grandes obras em execução, que foi o Hospital das Clínicas e o anexo do Hospital Geral de Roraima (HGR). “Na educação fomos criteriosos com o salário dos professores, fui o primeiro governador a pagar as progressões. O pagamento era feito rigorosamente em dias, os Planos de Cargos Carreiras e Remuneração [PCCR] aprovamos para a maioria das categorias. A questão salarial, nunca atrasamos em seis anos e meio”.

Sobre as falhas, Anchieta disse que a principal foi o escândalo de grilagem de terras e de emissão de títulos sem validade no Instituo de Terras e Colonização de Roraima (Iteraima). “Conseguimos um feito muito grande que foi a transferências das terras, mas infelizmente, o Iteraima deveria ter tido um tratamento diferenciado para que a celeridade do processo tivesse sido de forma diferente. Se Deus quiser, voltando ao Governo do Estado, irei envolver os órgãos de controle para que saia com mais celeridade e mais seriedade para que não deixe dúvida nenhuma em relação ao processo”, declarou.