As propostas apresentadas pelos candidatos e pré-candidatos ao Governo do Estado para a área de segurança pública e combate ao crime organizado se aproximam em pontos considerados prioritários pelos cinco candidatos. Quase todos defendem uma revisão da política estadual sobre o setor. E todos avaliam que é preciso uma maior articulação entre as polícias para se combater de forma efetiva o crime organizado.
Anchieta Júnior (PSDB) – O candidato afirmou que em primeiro momento vai analisar orçamento da Segurança Pública para melhorar os investimentos. “Vamos buscar apoio da Senasp [Secretaria Nacional de Segurança Pública] para aparelhar a Polícia de Roraima o mais rapidamente possível com carros, armamentos e munição. Isso será prioritário, pois só se combate o crime se você estiver bem aparelhado e esse será nosso maior investimento, o aparelhamento das nossas polícias”, disse.
Outro ponto destacado por Anchieta é o investimento na inteligência da Segurança Pública. “Vamos melhorar a equipe de inteligência das Polícias Civil e Militar, pois precisamos trabalhar com inteligência. Sem ela, não se resolve nada. Isso é o que podemos fazer de imediato para intensificar esse combate ao crime organizado no Estado”, frisou.
O candidato destacou que em longo prazo vai investir em concurso para aumentar o efetivo das Polícias Militar e Civil. “Mas, em curto prazo, vamos criar condições e estrutura necessárias para aparelhar as duas polícias e melhorar o trabalho de inteligência, integrando a atuação das polícias e fazendo parceria com a Polícia Federal e com a Polícia Rodoviária Federal no combate ao crime”, concluiu.
Denarium (PSL) – Para o candidato, o cidadão roraimense vive a mercê da criminalidade e não se pode mais aceitar que os trabalhadores e as famílias vivam em meio a esse terror. “Onde há ausência do Estado, o crime se instala. E é o que está acontecendo em Roraima. Precisamos ampliar o efetivo contratando novos policiais civis e militares, além de oferecer equipamentos de segurança, armamentos, viaturas e acesso à tecnologia de ponta, para que eles desempenhem plenamente a atividade de forma preventiva e ostensiva”, assegurou.
O candidato disse que vai implantar o “Polícia no meu Bairro”, com o objetivo de aproximar ainda mais a PM da população, em todos os pontos da cidade e também no interior do Estado.
“No outro extremo, nossa população carcerária está saturada, os presídios não comportam mais tantos presos. Vamos construir novas unidades, dando dignidade para quem vai pagar sua dívida com a sociedade e deseja se ressocializar. Também vamos valorizar os nossos agentes carcerários, proporcionando as condições ideais para que eles possam atuar com a garantia de segurança. Isso é uma ação imediata”, afirmou.
Para o candidato é preciso pensar a segurança para os próximos 20 anos, e o caminho para diminuir a criminalidade passa por um amplo e impactante investimento na educação. “A família educa, o Estado ensina. Só assim teremos filhos vencedores, que terão mais chances de se tornar cidadãos que irão contribuir para o nosso Estado, não se tornando presas fáceis para ser arregimentadas pelo crime organizado, como estamos testemunhando nos últimos anos”, concluiu.
Fábio Almeida (PSTU) – O candidato propõe endurecer o trabalho contra o crime organizado e afirma que vai consolidar o presídio de segurança máxima, sem comunicação para os criminosos, que irão cumprir pena dentro de um regime fechado. “Porém, nós queremos discutir abertamente com a sociedade, para que pequenos crimes não tenham encarceramento, mas para que essas pessoas sejam obrigadas a prestar serviço comunitário para a população, limpeza de rua, limpeza de escola, elas vão ter que trabalhar em benefício da população. Porém, os crimes hediondos terão pena cumprida em presídio de segurança máxima”, garantiu.
Para o Fábio, é preciso discutir uma política de fortalecimento do setor de inteligência e da polícia técnica e científica no estado de Roraima. “Não tem investimento para combater o crime organizado. Nós precisamos de inteligência para isso também”, disse.
O candidato afirmou que a Segurança Pública tem que ter um comando único em uma estrutura centralizada. “Teremos um comando único pelo secretário de segurança para que nós possamos ter prioridade na aplicação de recursos. Não dá é para nós termos hoje mais de 400 milhões de reais, distribuídos de forma para atender interesses corporativos de cada segmento da Segurança Pública. Vamos ainda incentivar a geração de emprego e políticas públicas inclusivas para que os jovens não sejam aliciados pelo crime”, frisou.
Suely Campos (PP) – A pré-candidata promete tolerância zero com qualquer tentativa de desenvolver no Estado células ligadas às organizações criminosas do país. Suely citou que, neste primeiro governo, criou o Distrito de Repressão às Ações Criminosas Organizada (DRACO), modernizou a frota de veículos dos agentes de investigação, comprou 33 veículos pick-ups 4×4 para o policiamento ostensivo no interior, nove veículos especiais para o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), montou o Fundo de Modernização, Manutenção e Desenvolvimento da Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, além de aparelhar as polícias com armas, munição, e investir no serviço de inteligência.
“Sabemos que este é um problema de segurança nacional que transcende as divisas entre os estados, mas Roraima não vai deixar de fazer a sua parte e todas as ações realizadas por nossos agentes desde então contam com o meu total respaldo. Importante ressaltar que o combate ao crime organizado passa, necessariamente, pelo controle das fronteiras brasileiras”, afirmou a pré-candidata, acrescentando que o que alimenta essas organizações é o tráfico de drogas e de armas. “Levamos essa questão para o STF na ação que pedimos o fechamento da fronteira com a Venezuela e espero que o próximo presidente da República determine às Forças Armadas e às polícias de fronteira ações efetivas para garantir a soberania do nosso país e a segurança da nossa população”, reforçou.
Telmário Mota (PTB) – O candidato defende a unificação das polícias e disse que elas precisam trabalhar de forma unificada para combater o crime organizado de maneira eficiente. “Quando o governo é fraco, o bandido é forte. Vamos integrar nossas polícias, militar, civil e técnica, pois eles têm que trabalhar integrados em um só caminho, numa só direção”, frisou.
O senador licenciado também propõe fazer uma mudança no orçamento da Segurança Pública. “Não pode ter delegado-Geral com um orçamento, comandante da PM com outro e secretário de segurança outro. No meu governo haverá um só comando que é para gente realmente combater o crime rápida e eficientemente”, garantiu.
O candidato do PTB afirmou ainda que todos os policiais serão retirados de serviços que não sejam relacionados à segurança pública e atuação da polícia no combate a criminalidade. “Vamos investir na inteligência e ter uma polícia do mais alto padrão. O sistema vai chefiar o preso e não o contrário, como acontece hoje. Vamos dar condições de trabalho para policiais civil e militar estar nas ruas e policial meu não dará segurança para político. Vou investir no patrulhamento das ruas e monitorar a cidade eletronicamente. Vamos dar condições de trabalho para os policiais e eles têm que estar em constante capacitação, preparação para dar expediente. Vou voltar a polícia comunitária e vamos acabar com o crime organizado. Eu vou acabar com o crime organizado em Roraima”, assegurou.