DENÚNCIA

Agente denuncia insegurança no CSE após morte de colega

A reportagem entrou em contato com o Governo e aguarda retorno

Centro Socioeducativo (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)
Centro Socioeducativo (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)

Após a morte de um agente socioeducativo, um servidor do Centro Socioeducativo (CSE) entrou em contato com a FolhaBV para denunciar a falta de equipamentos de segurança, tendo em vista que eles lidam com menores infratores.

O servidor Joelcio Francisco de Lima morreu após ter um infarto dentro da unidade na tarde desta quinta-feira, 2.

De acordo com o denunciante, a Secretaria de Trabalho e Bem-estar Social (Setrabes) estaria sendo omissa em relação a segurança dos servidores, pois eles não possuem nenhum tipo de equipamento de segurança como escudo, cassetete e spray de pimenta. Além disso, ele alega que muitos servidores foram afastados por problemas psicológicos por conta, da insegurança.

“Temos que lidar com os adolescentes de cara limpa, totalmente sem nenhum equipamento de segurança. Queremos saber o que vai ser feito depois desse fato porque se tivéssemos equipamentos o Joelcio não teria morrido. Não é a primeira vez que um servidor morre dentro de uma unidade de responsabilidade do Setrabes após o ataque de um interno”, ele relembrou do caso ocorrido em janeiro deste ano.

Ele relembrou que uma vez foi atacado por um adolescente que utilizou uma pedra e para se defender utilizou uma cadeira de plástico.

“A pedra que ele usou era grande e poderia ter me machucado sério. Esses ataques acontecem com frequência, estamos desprotegidos e tememos pela nossa vida e segurança. Por conta disso, vários colegas se afastaram do trabalho. Temos que lidar com excesso de pressão e estresse lá dentro. Só sabe o que é isso quem está lá dentro”, enfatizou.

Outra situação apontada por ele, foi durante um ataque a agentes, onde os servidores entraram em luta corporal com os internos e tiveram que responder ao Processo Administrativo (PAD).

“Os agentes foram se defender e responderam ao PAD. Nós ficamos de mãos atadas. Estamos inseguros e com medo, pois podemos responder até na Justiça por essas situações”, comentou.

Atualmente, o CSE conta com 123 servidores e cerca de 25 internos, que respondem pelos crimes de roubo, homicídio, tráfico de drogas, os dois últimos considerados hediondos.

OUTROS CASOS

No dia 3 de fevereiro deste ano, dois adolescentes causaram tumulto no CSE e precisaram ser contidos pela Polícia Militar (PMRR).

No dia seguinte, um servidor ficou ferido após tentar conter uma confusão envolvendo dois internos. Na época dos fatos, outras denuncias foram relatadas à FolhaBV.

Dois dias depois a gestão informou que o tumulto foi algo pontual.

A reportagem entrou em contato com a Setrabes e aguarda um posicionamento.