Cotidiano

Vilas voltam a ficar isoladas e moradores racionam alimentos

Em Rorainópolis, na região Sul, quatro vilas estão alagadas, prejudicando quase 400 pessoas

As chuvas desta semana agravaram as enchentes nos Municípios de Caracaraí, Uiramutã e Pacaraima. No dia 27 de julho, um decreto de situação de emergência foi anunciado pelo Governo do Estado para que recursos sejam repassados com finalidade de melhor atender essas três localidades. 

Segundo o responsável pelo setor de monitoramento da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil, Tenente Rodrigo Maciel, o decreto emergencial estadual abrange problemas que não se restringem somente às enchentes em si, mas seus efeitos na saúde dos moradores de vilas afetadas.

“O decreto serve para pedirmos recursos não somente para resolução de problemas pontuais, mas como também para providenciarmos água potável, comida e remédios. Esses problemas estão mais acentuados ao norte do estado e em Caracaraí, levando em conta que as chuvas acabaram danificando alimentos, plantações e o fornecimento de água potável. No Uiramutã e em Pacaraima, diversas comunidades indígenas estão isoladas”, contou.

Sobre o andamento do decreto, Rodrigo Maciel explicou que um balanço sobre o número de pessoas afetadas ainda está sendo trabalhado, para que haja a especificação de quais as destinações do recurso e locais de atuação. “Estamos realizando o preenchimento de formulários para mandarmos a Brasília toda a descrição do que está sendo necessário. Não queremos que demore seis meses para que haja o envio de recursos, como o que ocorreu com Caracaraí no ano passado. A nossa articulação é para que tudo esteja pronto e seja enviado para Brasília até o início da semana que vem”, afirmou.

 

Mais de 300 famílias foram afetadas em Pacaraima

De acordo com o chefe da Defesa Civil que está atuando em Pacaraima, Erivaldo Messias, mais de 300 famílias foram afetadas pela enchente no município. A maior parte é indígena. “Nossos problemas não dizem tanto respeito ao alagamento, mas a falta de acesso. Dezenas de vilas estão com acessos comprometidos, nas regiões de São Marcos e Surumu. Quase 370 famílias estão prejudicadas e muitas pessoas que estavam em Boa Vista e ficaram de retornar a essas regiões tiveram que adiar suas viagens”, relatou. 

Erivaldo destacou que a equipe do Corpo de Bombeiros Militar de Roraima está presente no local para ajudar a Defesa Civil no acesso às vilas. Nos locais isolados, as aulas nas escolas estão paralisadas e o nível da água está em aproximadamente 5 metros. “As aulas estão paralisadas em diversos locais, por causa dessa nova cheia que vem ocorrendo. Os bombeiros estão articulando a utilização de balsas para chegarmos aos locais isolados e tentar suprir principais necessidades”, frisou. (P.B)

Nível do Rio Branco em Caracaraí volta a subir

Em Caracaraí, a preocupação continua. O nível do Rio Branco está em 8,41 metros. Até a semana passada, o nível estava estabilizado, em 7,95 metros, segundo o chefe da Defesa Civil de Caracaraí, Michael Souza Peixoto. Em meados de junho, o rio chegou a 9,6 metros.

“Algumas comunidades voltaram a ficar isoladas. Até o momento, temos informações de quatro delas, onde o acesso está prejudicado. Os moradores, já acostumados com esse tipo de situação, não enfrentam tantos problemas com a enchente em si. Mas os alimentos e medicamentos estão escassos”, explicou.

Segundo Michael, a Vila Canauini, no Baixo Rio Branco, é o local considerado mais afetado por enchentes. No local, de região ribeirinha, as aulas estão suspendas. Sobre o decreto municipal de emergência, feito no dia 4 de julho, ele comentou que este serve para as enchentes, enquanto o estadual abrange as chuvas fortes e vendaval que atingiu Roraima no mês passado.

“As chuvas já ultrapassaram o nosso nível de alerta. Passar de oito metros, logo na reta final do inverno, é perigoso. Os dois decretos são necessários para Caracaraí, pois eles lidam com situações diferentes. As chuvas não chegam a ser um grande problema para os moradores, mas a falta de acesso a recursos como alimentação é que vêm sendo nossa maior preocupação”, explicou. (P.B)

Quatro vilas estão alagadas em Rorainópolis

 

O Município de Rorainópolis, na região sul do Estado, também está sofrendo com as enchentes nos últimos dias, com pelo menos quatro vilas alagadas: Santa Maria Velha, Vila da Cota, Remanso e Paraná da Floresta. Ao todo, são quase 400 pessoas afetadas.

Questionada sobre um possível decreto emergencial para tal situação, a Prefeitura de Rorainópolis relatou não pensar nessa possibilidade, mas afirmou, através de nota, que houve uma reunião junto ao Corpo de Bombeiro Militar de Roraima para que um efetivo estadual fosse enviado ao município. 

“Ocorreu uma reunião no dia 11 de julho, em que a Defesa Civil de Rorainópolis esteve reunida com o diretor executivo de Proteção e Defesa Civil Estadual, Coronel Cleudiomar, que apresentou as demandas referentes ao inverno no Município de Rorainópolis, bem como nas comunidades ribeirinhas. A Defesa Civil de Rorainópolis aguarda o retorno com relação às demandas repassadas”, informou a nota. (P.B)