Com a finalidade de introduzir a cultura da educação financeira em Roraima, o professor universitário e coordenador da Comissão Regional de Jovens Lideranças Contábeis em Roraima, Dorivaldo Barreto da Silva, relatou que planeja trazer um projeto que, a princípio, incentivará a aproximação de alunos universitários ao tema e, posteriormente, transmitir esse conhecimento para estudantes de escolas públicas e particulares.
Para que tal projeto aconteça, ele contará com duas etapas iniciais e uma para longo prazo. A primeira etapa inicial consiste em entrar em contato com estudantes de ciências contábeis em universidades e faculdades em Boa Vista, para que os estudantes conheçam a ideia e tenham maior aproximação junto ao tema educação financeira.
“A ideia é, nesse primeiro momento, iniciarmos entrando em contato com estudantes de ciências contábeis de todas as instituições de ensino superior, seja particular ou pública. Iremos propor palestras, mesas redondas e eventos. Queremos, antes de qualquer coisa, aproximar aquele que já está estudando ciências contábeis do assunto”, relatou.
Após essa etapa, o projeto irá visar o treinamento de estudantes para que possam ser ensinados alguns dos princípios básicos da educação financeira para alunos de escolas públicas e particulares. De acordo com Dorivaldo, as escolas da rede estadual de ensino Gonçalves Dias e Ayrton Senna, a escola particular Objetivo, e o Instituto Federal de Roraima, já confirmaram ter interesse em abraçar a ideia.
“Nós da Jovens Lideranças Contábeis acreditamos que para mudar a mentalidade da população perante a importância da educação financeira, é necessário começar pelas escolas. A princípio, queríamos ensinar crianças do ensino fundamental, mas vemos o ensino médio como uma solução mais rápida, uma vez que o jovem sairá da escola para a faculdade com uma nova mentalidade em prazo menor”, explicou.
Visando o longo prazo, o coordenador da Comissão Regional do Jovens Lideranças Contábeis em Roraima explicou que a ideia é levar tal educação para órgãos governamentais, tais como a Companhia Energética de Roraima (Cerr) e a Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer).
“Após realizar esse incentivo nas instituições de ensino, queremos expandir para outros órgãos públicos, como a Cerr e Caer. Faremos isso ajudando os funcionários a realizarem cálculos de orçamento, endividamentos e administração de recursos. Essa é uma etapa mais complicada, que precisará de mais parcerias e só será possível ano que vem, mas acreditamos que é possível sim”, afirmou.
Sobre a motivação do professor em tomar a frente de tal projeto no estado, Dorivaldo Barreto explicou que, em nível cotidiano, ele considera infeliz o cenário na qual jovens universitários ainda precisem aprender conceitos básicos, que, segundo ele, deveria ser aprendido na escola, sobre a administração do próprio dinheiro.
“Na própria faculdade, quando começo a ensinar educação financeira aos meus alunos, sempre fiquei impressionado com a falta de noções mínimas da área que eles possuem. São coisas que, na minha percepção, deveriam ser aprendidas na escola. Mas essa não é nossa realidade. Por isso procurei pela comissão, apresentei o projeto e hoje estamos prestes a realizar já no próximo mês”, contou.
O resultado disso, de acordo com Dorivaldo, é refletido em toda a nação brasileira, que acaba sendo afetada economicamente por causa da falta do ensino em como poupar, investir, financiar e gastar.
“Mais de 80% das famílias brasileiras possuem algum tipo de endividamento. No Brasil, somos educados a gastar ao invés de poupar. As pessoas parecem pressionadas a ter financiamentos de carros e casas, além de contribuir para a arrecadação de governos e prefeituras. As pessoas não sabem o quanto gastam, e nem fazer planejamentos com o orçamento que possuem.”, finalizou.