A soberba é um dos vícios do comportamento humano que frequentemente nos leva a superestimar nossas capacidades e conquistas, ignorando as contribuições e o valor dos outros. É uma forma de arrogância que pode cegar uma pessoa para as realidades e limitações que a cercam. A frase “A soberba precede a queda” encapsula uma verdade profunda sobre a natureza perigosa desse comportamento humano. Originária da Bíblia, no livro de Provérbios, essa máxima serve como um aviso dos perigos de se deixar levar pelo orgulho desmedido.
A soberba é frequentemente vista como um dos mais destrutivos traços de caráter humano, manifestando-se através de um orgulho excessivo e de uma autoconfiança desmedida. A famosa frase já citada anteriormente de que “A soberba precede a queda” serve como um alerta atemporal, sinalizando os perigos de um ego inflado, dos famosos professores de Deus que querem saber e dominar tudo, por meio de ideias arrogantes que serão o prelúdio de um inevitável declínio ou fracasso.
É importante entender a natureza da soberba, ou orgulho excessivo, é a supervalorização das próprias capacidades ao ponto de desprezar a sabedoria e a contribuição de outros, ignorando aconselhamento de especialistas para ficar dentro do seu reduzido mundo da arrogância. Este estado de superioridade percebida pode levar a uma desconexão com a realidade, onde o indivíduo se vê como onisciente e infalível. Esta distorção da realidade é perigosa, pois ignora os riscos óbvios e as falhas potenciais nas decisões tomadas sob tal influência. O ser humano é falho, está abaixo do criador e deve deixar de brincar de “Professor de Deus”.
Aqueles que são soberbos frequentemente não aceitam críticas ou conselhos, se acham acima do bem e do mal, atribuem suas conquistas única e exclusivamente a si, ignorando todos os que o cercam, escolhem acreditar apenas em suas próprias ideias e perspectivas, mesmo que míopes e distorcidas da vida real. Este isolamento do feedback externo e de outras opiniões pode rapidamente transformar uma posição de potencial liderança e influência em uma trajetória de erro, má gestão e consequente fracasso.
A crença de que se sabe tudo é também uma barreira para o aprendizado e o crescimento pessoal. Quem se fecha na própria soberba deixa de aprender com os erros e de se adaptar a novas circunstâncias, algo vital em um mundo em constante mudança. A história está repleta de figuras que, apesar de inicialmente bem-sucedidas, encontraram a ruína devido à sua incapacidade de escutar e mudar.
No ambiente profissional e pessoal existem riscos causados pela soberba. Ela pode ser particularmente prejudicial. Líderes que demonstram um excesso de autoconfiança podem tomar decisões unilaterais que comprometem projetos inteiros e, por extensão, o futuro de uma organização. Estes líderes podem ignorar dados importantes, subestimar a concorrência ou falhar na adaptação a novos mercados, levando a erros estratégicos graves. Deixando claro que o líder nato não se permite cair na armadilha da soberba, eles sabem que a humildade e a educação lhe renderão muito mais admiradores e seguidores do que os assassinos de marcas e projetos criados pela soberba.
Na esfera pessoal, o orgulho exagerado impede o indivíduo de crescer e aprender com seus erros. A incapacidade de reconhecer falhas pessoais e aprender com elas pode levar a repetições de comportamentos prejudiciais e a uma vida repleta de conflitos interpessoais. Relacionamentos, seja com amigos, familiares ou parceiros românticos, podem sofrer severamente quando uma das partes é incapaz de admitir erros ou considerar as perspectivas dos outros.
É importante salientar que não existe o ser profissional sem que o pessoal esteja alinhado com os seus propósitos, isso quer dizer que não existem dois seres, duas personalidades ou dois caráteres, tudo deve estar alinhado a um projeto do ser humano de dar certo e ser feliz, sem precisar necessariamente passar por cima de ninguém ou mesmo usar a humilhação como regra para se suplantar aos seus subordinados.
Casos históricos e literários de quedas pela soberba
A história e a literatura estão repletas de exemplos onde a soberba antecedeu a queda. Figuras históricas como Napoleão Bonaparte e empresas como a Enron são testemunhos de como a arrogância desmedida pode levar ao colapso. No caso de Napoleão, sua decisão de invadir a Rússia, alimentada por um senso distorcido de invencibilidade, resultou em desastre e eventual exílio. No mundo corporativo, a Enron é um exemplo clássico de como a manipulação contábil e o desdém pelas normas legais e éticas podem levar à ruína. A Enron teve seu fim antecipado graças as práticas contábeis questionáveis para ocultar dívidas e perdas financeiras da empresa, inflando artificialmente seus lucros e ativos, criando uma cortina de fumaça de gigantismo baseada na mentira.
Na literatura, personagens como o Rei Lear de Shakespeare oferecem poderosas representações da soberba e suas consequências devastadoras. Lear, em sua arrogância, despoja-se do poder e divide seu reino baseado em elogios fáceis, bajulações e exaltação exagerada, o que eventualmente levou à sua ruína e à destruição de sua família.
A Importância da Humildade
A humildade é frequentemente citada como o antídoto para a soberba. Ser humilde não significa ter baixa autoestima ou subestimar as próprias capacidades, mas sim reconhecer que, por mais que se saiba muito, sempre há espaço para aprender e para crescer. A humildade permite que indivíduos aceitem feedback, aprendam com os erros e, crucialmente, mantenham suas realizações e capacidades em perspectiva correta.
Profissionalmente, líderes humildes tendem a ser mais eficazes porque criam ambientes onde o feedback é valorizado e o aprendizado é contínuo. Pessoalmente, a humildade enriquece relações ao permitir uma comunicação mais aberta e sincera, onde erros podem ser admitidos e perdoados, e o crescimento é uma jornada compartilhada.
Portanto, é essencial cultivar a humildade, reconhecendo nossas próprias limitações e valorizando as contribuições de outros. A humildade não apenas nos protege contra os riscos da soberba, mas também nos abre portas para relações mais ricas e uma compreensão mais profunda do mundo ao nosso redor. Ela nos permite aceitar que, por mais que saibamos, sempre haverá algo novo para aprender.
Por: Weber Negreiros
CEO da WN Treinamento, Consultoria e Planejamento
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