Fernando Silva Sousa, de 37 anos, vive com o diagnóstico de tumor no estômago desde outubro de 2023. Segundo a esposa dele, Mickelly Pereira, 34, o autônomo passou por sessões de quimioterapia no Centro Oncológico de Roraima (Cecor) até abril deste ano, quando foi agendada a cirurgia de gastrectomia total, que consiste na retirada do estômago, para essa quinta-feira (9). Entretanto, conforme ela, o procedimento foi cancelado depois que a equipe já tinha aberto a região estomacal do paciente.
“Hoje de manhã [10], durante a troca de acompanhantes, deixaram uns papéis na maca dele, até que eu fui ler e um dizia que a cirurgia tinha sido cancelada devido à disseminação da doença. Ninguém veio avisar que isso tinha acontecido, só me explicaram porque a gente foi atrás da equipe para saber”, disse.
Ainda de acordo com a moradora da comunidade Tabalascada, no Cantá, foi realizada uma biópsia no paciente. Porém, ela foi informada pela equipe que o resultado vai demorar dois meses para sair. “Como ele fica até lá? Já deram alta, mas ele está aqui sem conseguir comer ou andar, e ainda reclama de dor”, afirmou Mickelly.
A esposa de Fernando reclamou ainda do acompanhamento pré-cirurgico feito pela equipe de profissionais da saúde. Nesse período em que ele estava em tratamento, Mickelly afirmou que não foi realizado nenhum exame de imagem, para verificar o tamanho do tumor e se ele tinha diminuído durante a quimioterapia, apenas os de sangue e risco cirúrgico.
“O médico que participou da cirurgia disse que abriram ele, viram que não tinha jeito e depois fecharam. Mas não dava para ter visto isso antes da cirurgia com os exames de imagem? Abriram ele em vão e agora deram alta para ir para casa”, relatou.
O que diz a Sesau
A reportagem procurou a Secretaria de Saúde de Roraima que se manifestou por meio da seguinte nota:
A Secretaria de Saúde esclarece que o referido paciente foi submetido a exames clínicos e complementares na Unidade de Alta Complexidade em Oncologia de Roraima que, à época, não evidenciaram sinais de doença disseminada ou a distância, sendo indicada a realização de quimioterapia antes de procedimento cirúrgico.
Informa ainda que os exames de tomografia e ressonância não são 100% fidedignos para determinar uma disseminação de neoplasia de estômago intracavitário, sendo sugerida a quimioterapia com base em protocolos de oncologia. O paciente passou pelo referido processo e foi encaminhado para laparotomia exploradora no dia 9 de maio.
Na mesma ocasião, a Unacon comprovou que a doença estava disseminada e em estágio irressecável, considerada pela medicina como incurável. Dessa forma, a alegação dos familiares de que foi negada a realização de exame de imagem não possui base técnica científica, já que os exames necessários foram feitos conforme protocolo mundiais de oncologia – o mesmo que é feito em todas as unidades oncológicas do Brasil e do mundo.
Por esse motivo, não foi possível realizar a cirurgia, sendo indicada a realização de quimioterapia paliativa.
Como ajudar?
Os interessados em contribuir com Fernando Silva, podem enviar qualquer valor para a chave pix 95991429694. A conta está no nome de Mickelly da Silva, esposa do paciente.