Estudantes de Roraima organizam para a próxima segunda-feira (13), das 8h às 12h, no Centro Cívico, um protesto contra a decisão da Universidade Estadual de Roraima (Uerr) de adotar, a partir deste ano, o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) como alternativa de ingresso.
O grupo promete vestir camisa preta durante a manifestação, a qual promete tratar da prejudicialidade da medida para os alunos roraimenses e da carência de profissionais no Estado. Eles defendem que a maioria das universidades brasileiras priorizam o vestibular e que a seleção pelo Enem seja feita apenas em 2025.
“Esta resolução, que visa substituir o vestibular tradicional pelo Enem como único meio de ingresso, atinge em cheio os alunos roraimenses, que se veem desfavorecidos pelo próprio Estado em que residem. Enquanto isso, alunos de fora são beneficiados, sem consideração pela dedicação e investimento dos estudantes locais”, disse uma das líderes do movimento, Gabriela Couto, de 19 anos.
A estudante, que concluiu o Ensino Médio no Colégio Militar Estadual (CME) e se prepara para concorrer a uma vaga no curso de Medicina, acredita que a inclusão da alternativa representa “desrespeito flagrante aos estudantes” que já se preparavam para o vestibular da Uerr com base nos últimos editais.
“Esta decisão ignora a carência de profissionais qualificados em nosso Estado, visando o futuro de Roraima, uma vez que a universidade deveria priorizar a formação de estudantes locais para suprir as demandas regionais”, pontuou.
O que diz a Uerr
Procurada, a Uerr esclareceu que a resolução foi aprovada pelo Conselho Universitário e visa oferecer uma alternativa adicional para o ingresso na universidade. A instituição também disse seu regimento “preconiza a diversificação das formas de ingresso” para ampliar as oportunidades de acesso à educação pública e de qualidade.
“A inserção do ENEM como forma de ingresso apresenta diversos méritos que podem contribuir significativamente para a melhoria da qualidade e da atratividade da instituição, ampliando as oportunidades para estudantes de todas as regiões, incluindo aqueles que residem em áreas remotas ou de difícil acesso”, pontuou, em nota.
Segundo a Uerr, a medida “vai contribuir para a diversidade e a representatividade dentro dos cursos, enriquecendo o ambiente acadêmico e preparando os estudantes para enfrentar os desafios de uma sociedade cada vez mais competitiva e globalizada”.
Por fim, a instituição avalia que a adoção do Enem vai estimular os estudantes a se prepararem continuamente durante o Ensino Médio, “incentivando-os não apenas a obter uma boa nota no exame, mas também a desenvolver habilidades importantes para sua formação pessoal e profissional”.