Não temos como não trazer o tema do sofrimento vivido pelos gaúchos nessas últimas semanas. Um desastre que mexe muito com as pessoas, que as levam a refletir sobre o fato de acordar todos os dias reclamando da vida, repetindo atitudes e esperando que o amanhã seja diferente. O sofrimento de alguém deve ser visto e sentido, pois a partir do momento que passarmos a ignorá-lo, temos que procurar ajuda, pois estaremos diante de um dos grandes males do mundo que é o egoísmo. O que ocorreu no Rio Grande do Sul nos leva a questionar alguns tipos de solidariedade, entre elas aquelas que busca captar mais “likes” para as suas redes sociais ou mesmo aqueles que buscam a primazia de seus discursos em detrimento de outros, enfim o velho holofote criado pela bolha digital. Graças a Deus esses são a minoria que mesmo escondendo suas reais intenções ajudam de alguma forma.
No tecido intricado, putrefato e mal-cheiroso da sociedade, a solidariedade é uma das linhas vitais que mantêm a estrutura coesa e humana. Quando o sofrimento irrompe em uma comunidade, é como se um eco ressoasse através das almas, despertando a empatia e a compaixão. No entanto, nem toda oferta de ajuda é impulsionada por genuína solidariedade. Às vezes, por trás dos gestos aparentemente altruístas, há uma busca por reconhecimento, validação social ou até mesmo ganho material. Mas, em contraponto a essa superficialidade, ergue-se a solidariedade honesta, aquela que transcende os holofotes e se enraíza na essência humana. O questionamento que fazemos é o por que que somente somos sensibilizados com grandes desastres, se todos os dias do nosso lado ocorrem pequenos desastres que passam despercebidos e que poderiam evitar o sofrimento de muita gente?
No atual cenário que assola o Rio Grande do Sul, onde inundações e desastres naturais têm causado devastação e dor, a solidariedade honesta emerge como uma luz em meio à escuridão. Pessoas de diversas origens e condições sociais unem-se não para ganhar likes em suas redes sociais ou promover suas marcas pessoais, mas sim para estender a mão a quem precisa, compartilhando o fardo do sofrimento alheio. O Brasil ainda não entendeu que devemos pensar de forma preventiva, pois tudo seria menos doloroso. Parece que vivemos querendo bater os recordes do descaso, da falta de empatia, dos desrespeito e passamos a ver a desgraça alheia como uma paisagem a ser vista, contemplada e somente interferindo quando pode me render curtidas, comentários, dinheiro e fama. Esse é o Brasil da bolha digital, alias esse é o mundo.
O que define essa solidariedade genuína é sua natureza desinteressada, desprovida de segundas intenções. É o ato de estender a mão sem esperar nada em troca, exceto talvez o reconhecimento silencioso da própria consciência, sabendo que, mesmo que não haja plateia aplaudindo, a ajuda oferecida fez a diferença na vida de alguém. É um tipo de solidariedade que não se importa com o tamanho da contribuição ou com o impacto midiático que possa gerar. Ela simplesmente se preocupa em aliviar o sofrimento e restaurar a esperança.
Nesse contexto, a solidariedade honesta revela sua verdadeira face: a capacidade de se conectar genuinamente com o outro, de sentir sua dor como se fosse própria e agir em prol do bem-estar coletivo. É uma manifestação pura da empatia humana, que transcende barreiras e diferenças, unindo pessoas em um propósito comum: aliviar o sofrimento e reconstruir vidas.
No entanto, é importante reconhecer que a solidariedade genuína não é um fenômeno exclusivo de grandes desastres ou crises. Ela pode estar presente nos pequenos gestos do dia a dia, nas ações cotidianas que muitas vezes passam despercebidas, ou melhor, fazemos questão de não ver. É a mão estendida para ajudar um estranho a carregar suas sacolas, o sorriso caloroso oferecido a alguém que está passando por um momento difícil, o ombro amigo que acolhe um desabafo sincero ou até mesmo um simples BOM DIA. São esses pequenos atos de solidariedade que constroem a base de uma sociedade mais compassiva e humana, mais gente, olho no olho, mão na mão e o coração pulsando feliz em função da solidariedade genuína.
No entanto, o desafio reside em manter essa solidariedade genuína em meio a um mundo cada vez mais dominado pela busca por reconhecimento e validação social. Nas redes sociais, por exemplo, é comum vermos pessoas aproveitando o sofrimento alheio para promover suas próprias imagens, buscando likes e seguidores como medida de sucesso e relevância. No entanto, é importante lembrar que a verdadeira solidariedade não se mede em curtidas ou compartilhamentos, mas sim na sinceridade dos gestos e na profundidade do impacto que eles causam.
Devemos tirar grandes lições do ocorrido no Rio Grande do Sul. Uma delas é a necessidade de uma abordagem integrada e proativa para lidar com os desafios apresentados pelas mudanças climáticas e eventos climáticos extremos. Isso requer preparação, conscientização, solidariedade e resiliência para garantir a segurança e o bem-estar das comunidades vulneráveis e deixarmos de olhar o tempo todo buscando culpados ao invés de tirarmos a bunda da cadeira e fazer algo útil por alguém e darmos a nossa consciência a paz tão desejada.
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Diante dos desafios que enfrentamos como sociedade, é essencial cultivar e preservar a solidariedade genuína, aquela que brota do coração e se manifesta através das ações. É um compromisso com o bem-estar coletivo, uma promessa de estar lá para o outro nos momentos de necessidade, sem esperar nada em troca além da gratidão silenciosa de saber que, por um breve momento, fizemos a diferença na vida de alguém. Que a solidariedade honesta seja sempre nossa bússola moral, guiando-nos em direção a um mundo mais justo e humano.
Por: Weber Negreiros
CEO da WN Treinamento, Consultoria e Planejamento
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