Durante o desenrolar da manifestação em Pacaraima, imigrantes que foram expulsos do Brasil, começaram a ameaçar cerca de 30 brasileiros que estavam do outro lado da fronteira, na cidade vizinha de Santa Elena de Uairén. Alguns foram agredidos e sete carros foram queimados. Eles tiveram que se esconder em um ‘abrigo improvisado’ pela Guarda Nacional da Venezuela, em uma quadra de esportes próximo do posto de gasolina da fronteira, e foram sendo escoltados em pequenos grupos de volta para Pacaraima.
Um dos brasileiros que precisou ser escoltado pela Guarda Nacional, Cledson Vieira, contou à Folha que viveu momentos de terror, sendo agredido e recebendo ameaças de morte. “Pneus foram queimados e todos os carros foram destruídos. A nossa sorte foi termos nos deparado com a Guarda Nacional Venezuelana, que nos protegeu. Pois o Exército Brasileiro e a Força Nacional não interferiram”, afirmou.
Em Santa Elena, os comerciantes fecharam seus comércios por tempo indeterminado para que os imigrantes não fiquem instalados por lá. Em áudios de grupos de mensagens, os donos de comércios afirmam que as pessoas expulsas são ‘mal intencionadas’ e que um pedido à Guarda Nacional seria feito para conduzir os imigrantes para outras cidades.
Na tarde de domingo, 19, uma carreata pacífica ocorreu pela cidade de Pacaraima, na qual moradores se reuniram na rua Suapí, que ficou conhecida por ser um ponto de tráfico de drogas nos últimos anos. De acordo com um dos participantes do ato, o morador Wanderberg Ribeiro, o ato serve para reafirmar o desejo dos brasileiros, de que os estrangeiros não fiquem em Pacaraima.
“A carreata ocorreu onde os venezuelanos costumavam ficar acampados, no Centro. A Polícia Militar disse que não nos apoia, e que se houvessem novas expulsões, nós seríamos presos. Mas o nosso objetivo é checar o local e pedir para os imigrantes que sigam para outras localidades, pois não temos como receber mais gente aqui. Temos várias reivindicações, que não dizem respeito só aos imigrantes, mas também ao Governo do Estado, Federal e Exército, por ignoram totalmente as nossas necessidades”, afirmou. (P.B)
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