Urna eletrônica é segura, garante TSE

Evento tinha como objetivo contar a história do dispositivo e desmitificar informações sobre a segurança dentro das eleições

Com o avanço da internet, os mais diversos tipos de informações sobre o período eleitoral ganham espaço e se propagam com maior rapidez. Não é atual o discurso que as urnas eletrônicas são fraudulentas ou apresentam insegurança para a população no momento da votação. Pensando nisso, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), junto com o Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TER-RR), realizou ontem, 20, a palestra “Segurança da Urna Eletrônica”, no Fórum Advogado Sobral Pinto, para debater sobre os mitos e verdades sobre da urna.

Implantada há 22 anos no sistema brasileiro, a urna eletrônica é defendida como um dos melhores pontos da democracia e do voto seguro, já que durante todo esse período, nunca foi comprovado nenhum tipo de fraude no uso do dispositivo. Conforme o secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Janino, são 461 mil pontos de votação em todo Brasil, que iniciam com o mesmo sistema instalado.

O secretário disse que a criação da urna eletrônica, da digitalização do cadastramento até resultados dos votos, dá o título de “a maior eleição informatizada do planeta”, se tornando referência mundial em quesitos de eleições. Sobre os testes que são feitos nas urnas, Janino explicou que o processo contínuo que tem evoluído desde a primeira eleição que foi utilizada.

Secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Janino: “A urna não é conectada à internet” Foto: Wenderson de Jesus

“São vários passos implantados dentro do processo que garanta que o voto dado é exatamente o voto computado. Basicamente em torno de 120 sistemas, onde aproximadamente se escrevem 15 milhões de linhas de programação para realizar uma eleição. E tudo isso é desenvolvido pelo Tribunal Superior Eleitoral, nada disso é feito fora”, garantiu.

Um dos mecanismos de verificação da urna eletrônica, como os testes públicos de segurança, que o TSE desenvolve, é convidar hackers a tentarem invadir o sistema em busca de fraudes. Caso sejam encontradas barreiras frágeis durante os testes, são anotadas para serem melhoradas nas próximas eleições. “Isso é uma evidência de confiança no sistema e uma forma transparente do cidadão brasileiro contribuir”, ressaltou o secretário de Tecnologia da Informação do TSE.

Após os testes públicos, o sistema é aberto 130 dias antes das eleições para que todos os interessados, como partidos políticos, universidades e outros órgãos de fiscalização, possam analisar cada detalhe do programa e verificar se existe alguma funcionalidade fora do comum.

No final desse processo, caso esteja tudo de acordo com a avaliação das entidades e representantes políticos, o sistema faz uma assinatura digital e desenvolve novos cálculos matemáticos, que realiza uma espécie de blindagem. “Esses programas só saem do TSE depois que eles são blindados. Ela garante dois atributos: primeiro, onde estiver qualquer um desses programas, posso conferir a assinatura, se bater, significa que é do TSE. Segundo, se alterar um ponto ou vírgula no programa, a assinatura não bate mais”, completou.

MITOS – Dentre alguns mitos que são criados sobre a temática da urna eletrônica, Janino apontou um que repercutiu nas eleições passadas, sobre como as urnas eram originadas da empresa venezuelana Smartmatic e que seriam violáveis. “Mesmo que fosse fabricante, não teria problema porque a propriedade do conhecimento da urna eletrônica é do TSE. A empresa que vence a licitação não é dona do projeto. Isso é um grande mito”, garantiu.

Outro ponto que questionam sobre as urnas é que ela seria facilmente invadida por um hacker, mas Giuseppe Janino garantiu que as chances de isso acontecer são nulas, já que o equipamento não é conectado com a internet e nenhum dispositivo de rede. “Para tentar invadir, teria que ter a urna eletrônica em seu poder e romper o lacre e várias barreiras de segurança”, frisou

Sobre a recontagem de votos, o secretário explanou que a urna tem um dispositivo que grava todos os votos em uma espécie de tabela eletrônica de forma aleatória para justamente não saber a ordem de votação que ocorreram.


Voto em papel é retrocesso, diz secretário do TSE

Com o uso da urna eletrônica há mais de duas décadas nas eleições brasileiras, as teorias que o dispositivo é facilmente manipulável criou um discurso que o voto em papel seria a melhor opção para passar transparência sobre a contagem de votos.

No entanto, o secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal Superior Eleitoral, Giuseppe Janino, disse que a volta da prática seria um total retrocesso para o país. “Quem diz isso talvez sejam pessoas que provavelmente não tenham vivido a história. Há 25 anos, nós tínhamos o processo em papel. O cidadão votava e depois se jogava em cima de uma mesa e o ser humano ia contato manualmente”, relembrou.

De acordo com Janino, existem três atributos relacionados à interferência humana durante a contagem dos votos, que era a prática de erros, a lentidão no processo e a grande possibilidade de fraudes. “Tinha muitas fraudes implementadas, desde a urna que já vinha com votos dentro, o voto que caía em cima da mesa e eles eliminavam ou o voto era adulterado, quando colocavam carga de caneta embaixo das unhas e escreviam nas cédulas em branco”, contou.

O secretário sustentou a ideia que a urna eletrônica surgiu para justamente retirar a interferência humana em relação os votos e possibilitar que a tecnologia faça o melhor trabalho já que oferece mais garantia de integridade e segurança nas eleições. (A.P.L)