Minha rua fala

Em Roraima a família “Graxa”

Nesta reportagem, presto uma homenagem póstuma ao senhor “Pedro Graxa” (Pedro Lopes de Melo), nascido em18/10/1932 e falecido no dia 22/05/2022, aos 89 anos de idade. O apelido "Graxa” foi lhe dado quando trabalhava no garimpo do Suapi, de lavra de propriedade de Levindo Inácio de Oliveira.

(Pedro Lopes de Melo). *18/10/1932  + 22/05/2022.

Em Boa Vista era comum alguém de uma família receber um apelido e dai em diante os seus descendentes receberem o mesmo apelido. Um exemplo são os das famílias: “Cafuti”, “Maçarico”, “Sabiá”, “Piauí”, “Bem-te-vi”, e tantos outros.

Nesta reportagem, presto uma homenagem póstuma ao senhor “Pedro Graxa” (Pedro Lopes de Melo), nascido em18/10/1932 e falecido no dia 22/05/2022, aos 89 anos de idade.

O apelido “Graxa” foi lhe dado quando trabalhava no garimpo do Suapi, de lavra de propriedade de Levindo Inácio de Oliveira.

Resulta que na área de garimpagem de diamante, o local onde os homens trabalhavam, tinha muitos “Piuns” (“Simulium Pertinax”). O nome “Pium” é derivado da união de duas palavras da língua indígena Tupi: “Pi” (mosquito) e “um” (pequeno), mosquito muito pequeno.

Naquele tempo não tinham inventado ainda os repelentes, tão conhecidos hoje, e os garimpeiros tinham que fabricar alguma coisa para afastar esses terríveis mosquitos, cujas picadas causavam alergias na maioria das pessoas. Uma das defesas utilizadas era acender uma fogueira, pois eles se afastam com a fumaça. Outro método de defesa repelente aos Piuns era a “Graxa industrial”, utilizada para azeitar as máquinas no garimpo. Os homens costumavam passar uma leve camada de Graxa no corpo a fim de evitar a picada do Pium.

Aí é que vem a história do Pedro “Graxa”.

Certo dia no garimpo, ele e os outros companheiros fizeram uma pausa no trabalho para almoçar. Após o almoço, cada um procurou descansar para depois voltar ao serviço. Resulta que o Pedro Lopes de Melo, ao ver um pequeno balde próximo à mesa, contendo algo pastoso na cor amarela, pensou ser uma lata de “Doce marmelada”. Mas, era “Graxa industrial”. Ele, com pouca leitura, meteu a mão na vasilha e pôs a pasta na boca. Os colegas de garimpo, ao ver o Pedro com a Graxa na boca, deram uma risada e puseram-no o apelido de: “Pedro Graxa”. Pronto! Daí em diante, não o chamavam mais de Pedro Lopes de Melo. Passou a ser o “Pedro Graxa”. E, por conseguinte, os seus descendentes e outros familiares seus, também passaram a ser chamados com o sobrenome: “Graxa”.

A graxa é um composto químico à base de sabão de cálcio e óleo lubrificante de alta viscosidade, recomendada para uso automotivo, industrial, maquinário agrícola e uso genérico. Oferece alta adesão e boa proteção contra corrosão e oxidação.

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O Pedro Lopes de Melo nasceu no dia 18/10/1932, na cidade de Presidente Dutra, no Maranhão. Era filho de Doroteu Lopes de Melo e Antônia Dias de Souza. A sua adolescência e início da fase adulta passou na agricultura ajudando os pais.

Pedro Lopes, o Pedro “Graxa”, teve como irmãos: José, Maria de Jesus, Luzia, Anorata, Sebastiana e Raimundo (este faleceu no dia 08/11/2020).

São filhos de Raimundo Lopes: Wilson da Silva Melo e William (Big Star) da Silva Melo. Na foto abaixo: Nildes e Raimundo – pais do William Big-Star.

E, em 1951, acompanhado do cunhado Expedito, o Pedro Lopes de Melo deixou o Maranhão e veio para Boa Vista. Quando chegou passou a trabalhar nas fazendas do interior, realizando trabalhos braçais, capina e construção de cercas, entre outros.

Em 1953, Pedro retornou ao Maranhão e depois voltou de vez para Boa Vista.

Pedro Lopes foi casado inicialmente com a senhora Zefinha, com a qual tem o filho, o Sargento Campos, hoje na reserva do Exército, residindo em Brasília.

Em 1960, Pedro Lopes casou-se com a senhora Efigênia Garcia de Almeida Melo (irmã da ex-deputada estadual Rosa Rodrigues). Ela é filha do casal Maria Sérgia Garcia de Almeida e José Márcio de Almeida (conhecido como “José Delmiro”, 1907-2006).

A senhora Efigênia Melo trabalhou muitos anos na primeira Maternidade de Boa Vista (a Divisão de Assistência à Maternidade e à Infância – DAMI-, na Rua Coronel Pinto, onde hoje é o prédio da Seplan. Iniciou em 1956 e deixou o trabalho em 1960, para se dedicar à família.

O marido Pedro (Graxa) sempre foi muito trabalhador e, nesta época, dedicava-se à várias atividades: garimpeiro, taxista e dono de um pequeno comércio com vendas de gêneros alimentícios e produtos de utilidade doméstica.

O casal Efigênia e Pedro “Graxa” teve os filhos: Matarazzo, Maria Cloves, Pedro Lopes Filho, Marco Aurélio, Marcelo Sérgio, Marta Terezinha e Juliana Aparecida (todos com sobrenome: “Almeida Melo”). Deles descendem 14 netos e 01 bisneta (Valentina).

O senhor Pedro Lopes de Melo (“Pedro Graxa”) teve uma obstrução da hérnia no dia 20 deste mês, vindo falecer hoje dia 22 de maio de 2022.

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