GREVE NAS UNIVERSIDADES

Universidades continuam em greve após rejeitarem proposta do governo federal

Busca dos sindicatos é por diálogo para o melhor acordo entre professores e Executivo, segundo Seção dos Docentes da UFRR

Cartaz de greve na UFRR (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)
Cartaz de greve na UFRR (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Os professores das instituições federais de ensino superior rejeitaram a proposta apresentada pelo governo federal, durante reunião nessa segunda-feira (27) com o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI). Após não assinar o acordo, o Sindicato Nacional dos Docentes de Instituições de Ensino Superior (Andes) apresentou uma contraproposta.

Se a proposta de reajustes para o setor da educação fosse aceita, haveria o fim da greve nas universidades federais iniciada há cerca de 40 dias. Ou seja, a Universidade Federal de Roraima (UFRR) e demais instituições continuam greve no estado e no Brasil.

De acordo com o diretor de comunicação da Seção Sindical dos Docentes da UFRR (Sesduf-RR) e integrante do Comando Local de Greve, Vinicius Luge, a contraproposta reduziu alguns percentuais no reajuste salarial solicitado.

Diretor de comunicação da Seção Sindical dos Docentes da UFRR, Vinicius Luge. (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)

A proposta do governo foi rejeitada porque ele acaba optando por, em 2024, em penalizar os professores aposentados, não indicando nenhum reajuste. É uma proposta extremamente problemática que achata o meio da carreira, onde tem mais pessoas e onde tem mais aposentados. O que eles que apresentaram foi uma proposta de PowerPoint, que você não tem uma minuta de propósito e não explica com os reajustes acontecerão. […] É uma disposição em dialogar com o governo, que sempre disse estar preocupado com a educação pública e com a valorização do funcionário público

explicou o professor.

Segundo Vinicius, a proposta apresentada pelo Ministério não detalhava a questão orçamentária das instituições, algo fundamental para o caso da UFRR que não tem recursos para finalizar 2024. O professor ainda afirmou que, mesmo com a posição do governo em não negociar, se for necessário, os sindicatos irão radicalizar as ações. “Quem encerra greve são os trabalhadores, não é o ultimato do governo”, disse.

Proposta e contraproposta

A oferta do governo foi de um reajuste salarial de 13,3% a 31,2% em duas parcelas. Uma em janeiro de 2025 e outra em maio de 2026. Além de alterar as diferenças entre os estágios na carreira docente para progressão de carreira de C2 a 4 e D2 a 4, que passariam de 4% para 4,5%

Na contraproposta, o Andes apresentou os seguintes pontos centrais:

  • reajuste – pedem recomposição do que chamam de “perdas salariais” de 3,69% em agosto de 2024 (IPCA ao longo de 12 meses até abril). Para 2025, pedem um reajuste de 9% em janeiro. Em maio de 2026, 5,16%;
  • aposentados – pedem a paridade com quem ainda exerce a atividade e o reenquadramento dos aposentados na carreira;
  • mesa nacional da educação – querem criar um grupo fixo para debater as reivindicações das instituições federais de educação em até R$ 2,5 bilhões em 2024.