AFONSO RODRIGUES

Estou cumprindo

“Nenhuma vida é tão difícil que não possa se tornar mais fácil pelo modo como for conduzida”. (Ellen Glasgow)

Ontem prometi pra você que iria falar, hoje, sobre um acontecimento tão simples que estou sem saber o que fazer, mas mais difícil é não cumprir com o prometido. E iniciei falando sobre a Hellen, a quem sempre adorei pelo seu exemplo de vida, nas dificuldades de sua vida. E sobretudo pelos exemplos que ela nos deu. Mas vamos ao nosso papo simples, mas compromisso. Falei sobre o comportamento daquele garotão e   da moça na portaria do supermercado. Antes de entrar para as compras, passei pela farmácia, em frente do mercado, e comprei um remedinho bem pequenininho. Quando entramos no supermercado, coloquei a sacolinha do remédio, na cestinha. Estávamos eu, Salete e Alexandre. Feitas as compras, coloquei a mercadoria sobre o balcão do caixa, para o pagamento. Paguei e saímos. Só já na rua foi que me lembrei do remédio que não estava com as compras pagas.

Voltamos ao supermercado e foi aí que se criou o rebu. Acho que metade dos funcionários entraram na luta da procura pelo remédio perdido. Já constrangido por estar preocupando, e ocupando, o pessoal, decidi, a meu modo: vamos fazer o seguinte: esqueçam e me desculpem. Fiquem tranquilos. Mas tarde eu voltarei aqui, já que moro bem pertinho de vocês, e se vocês tiverem encontrado a fortuna, tudo bem, se não, não faz mal. Saímos e já caminhando pela rua encontramos um garotão com um carrinho que havia feito uma entrega por ali. Parei o garotão e contei pra ele o que acontecera e lhe pedi que se ele encontrasse o remédio, o entregasse à gerente, e muito obrigado.

Continuamos a caminhada para casa. Já bem distante, ouvimos o grito do garotão correndo em nossa direção: Ei… pessoal, encontrei! Viramo-nos e ele vinha com a sacolinha do remédio vibrando no ar. Ficamos muito felizes e perguntei se ele já tinha falado com a gerente. Ele disse que não. Votamos ao mercado para avisar que o assunto estava resolvido. No dia seguinte, compramos novo remedinho. Quando entramos no supermercado, na entrada uma garota sorriu pra mim e falou bem simpática: Cuidado com esse remédio dentro da cesta. Sorrimos bastante e prometi para ela que iria ser mais cauteloso. Ela sorriu bastante. Isso parece ser insignificante, mas não é. O comportamento no ambiente comercial, entre o cliente e o fornecedor requer bom relacionamento nas relações humanas. Normalmente vemos e ouvimos comportamentos abomináveis que não indicam a convivência dentro da racionalidade. Os problemas podem, muito bem, virarem a moeda. Pense nisso.

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