CULTURA

Jovem autora roraimense levará obra à Bienal do Livro em São Paulo

Em "Tudo que escrevo me mata", Angelina Peccini fala sobre temas como depressão, luto, términos e amor na juventude.

Angela Peccini e seu título "Tudo que escrevo me mata" (Foto: José Magno/FolhaBV)
Angela Peccini e seu título "Tudo que escrevo me mata" (Foto: José Magno/FolhaBV)

A roraimense Angelina Peccini (@angela_peccini), de 19 anos, participará da 27ª edição da Bienal do Livro em São Paulo, apresentando sua obra “Tudo que escrevo me mata”, lançado pela Editora Urutau (@editoraurutau). A estudante de Direito aborda em seu livro temas que permeiam a juventude, como depressão, luto, amor, términos e a pressão de um início de vida adulta.

Angelina relata que escreve desde os 12 anos e, aos 19, teve a oportunidade de transformar seus textos escritos na adolescência em um livro.

“Sempre existe aquele sonho que todo mundo tem de escalar o Everest, publicar um livro, etc… Só que nunca pareceu algo tão palpável. Quando eu peguei a cópia do livro físico, fiquei olhando e pensando ‘é meu nome? Não é possível, é mentira'”

A jovem compartilha o entusiasmo de participar da Bienal do Livro, um dos maiores eventos de literatura do Brasil.

“Tanto é a primeira vez que eu vou, quanto é o lançamento do livro. É uma espécie de sonho realizado, mas também um sonho que nunca tive porque nunca acreditei que era alcançável”.

“Tudo que escrevo me mata” já está disponível e pode ser adquirido clicando aqui.

Sinopse

Tudo que escrevo me mata nasce conforme o eu lírico percebe o fim do amor e o fim de si. Conforme a ligação com o outro se quebra, o caminho para dentro dele é preenchido por todas as conversas que não aconteceram, todas as lágrimas que não escorreram e todas as pequenas discussões que se condensaram em um muro intransponível dividindo dois seres que haviam se escolhido. Conforme a relação morre, eu morria ao longo dos últimos cinco anos.

Um livro sobre o amor. Você é a inspiração de tudo que eu escrevo: da sensação de esperança, de paz, de abrir a porta de casa depois de chegar de uma viagem incrível ou de um dia estressante no trabalho, ou do cheiro de café de manhã. Da sensação de chegar em casa depois de fugir de você. Sobre como o amor é a âncora que te segura e que te afoga. Você fez do amor o peso de uma avalanche inteira.

Sobre como o amor é uma piscina perfeita até você crescer e perceber que, na verdade, era uma piscina infantil. Rasa. Milimétrica. Que vai transbordar se você se apoiar nela. De como a gente se desfez um dentro do outro e depois desfez o outro. Gelada demais nos dias amenos e fervente nos dias quentes. Deixei que meu corpo perdesse todo esse calor e que sentisse frio. Que as unhas ficassem roxas. Que meu cabelo congelasse.

Tudo que escrevo me mata é uma cronologia, uma memória coletiva de como a gente ama, se volta para dentro do outro e de como ir embora dói. Até hoje, tudo que eu chorei não foi intemperismo suficiente. Depois, de como a gente tem certeza de que superou, deu a volta por cima, virou a página e agora alega para todo mundo que não pergunta que foi melhor assim. Que os dois estão melhores assim. Exceto você. Mas volta e comete os mesmos erros. Mas vai e comete erros piores. Te recebo conferindo a data de validade para descartar o quanto antes e sei o quanto isso é cruel com você.

Este livro é a doença e eu não prometo a cura. Porque não sentir nada é um sentimento também.