A ex-primeira-dama brasileira Michelle Bolsonaro participou na manhã deste sábado (1º), em Boa Vista, da cerimônia de posse de dirigentes do PL Mulher em Roraima. Em evento com cerca de 500 correligionárias, também marcado por vídeo-chamada de Jair Bolsonaro, a esposa do ex-presidente criticou a atual primeira-dama Janja Lula da Silva e proferiu ataques à esquerda.
Com o marido inelegível até 2030, Michelle já é apontada como pré-candidata do PL à presidência em 2026. “Muita coisa como primeira-dama eu pude fazer. Claro que cada uma tem a sua vocação. Uma tem vocação para trabalhar e outras têm vocação para articular compra de imóveis sem licitação”, afirmou, sem citar a esposa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A ex-primeira-dama, que é presidente nacional do PL Mulher, concentrou suas principais críticas aos inúmeros gastos do Governo Lula, ao qual chamou de “desgoverno”. Sem nominar o casal petista, Michelle afirmou que Lula e Janja “são capitalistas travestidos de socialistas, amam que o capitalismo pode oferecer”.
“Por um ano, fui acusada de levar 261 móveis no Alvorada. Se lá nós temos uma pessoa que tem seu CPF atrelada a todos os móveis, ao patrimônio. Tudo o que vocês veem é mentira. Isso é uma articulação para usar dinheiro público sem licitação”, disse ela, destacando ainda que a “extrema-esquerda é doente, acredita na própria mentira e a faz de verdade”.
Às 11h59, direto de São Paulo, Jair Bolsonaro entrou no telão do evento, por meio de videochamada com o público. Em sua fala, o ex-presidente criticou o Governo Lula ao afirmar que o Brasil se aproxima de uma “ditadura” e defendeu causas antagônicas à atual gestão.
“Aprendemos a respeitar a família brasileira, a propriedade privada, o legítimo direito de defesa, a escola não pode ter ideologia de gênero, que o aborto não é permitido, não podemos aceitar a liberação das drogas”, declarou, sendo ovacionado pelo público e chamado de “mito”.
Posse de dirigentes do PL Mulher
Durante o evento, Michelle Bolsonaro empossou a professora indígena Katia Cilene Araújo Macêdo, de 47 anos, como presidente estadual do PL Mulher. A ideia é tentar engajar a participação feminina nas eleições municipais de 2024 e iniciar o fortalecimento da base partidária para o pleito de 2026.
Nascida na comunidade indígena do Socó (Uiramutã), Katia Cilene é irmã do ex-prefeito Dedel Araújo, que governou a cidade do interior de 2017 a 2020. Ela é casada, mãe de oito filhos e atualmente enfrenta batalha contra um câncer.
“Não somos feministas, somos femininas. Nós valorizamos os homens, eles têm que estar lado a lado conosco, são os nossos parceiros, pais de família. São eles mantenedores, mas também somos aquelas parceiras que estamos lado a lado todos os dias”, afirmou ela, que usava um cocar verde-amarelo na solenidade.
Para a vice-presidência do movimento político feminino em Roraima, o partido designou Conceição de Maria Pereira Martins. A sigla também nomeou 14 dirigentes femininas do PL Mulher Roraima:
- Aldenir Santos Araújo (Caracaraí);
- Edilamar Garcia Caliri Dantas (Cantá);
- Elexsandra Cavalcante Barbalho (Normandia);
- Emanuela Matias Ribeiro (Boa Vista);
- Eroteia da Silva Mota (Pacaraima);
- Marliny Aniely Gonçalves Silva (Caroebe);
- Norma Mailey Tavares dos Santos (Amajari);
- Rosa Leomir Benedetti Gonçalves (Alto Alegre);
- Sandra Alencar Araújo Lima (São Luiz);
- Vanilda Félix Reginatto (Rorainópolis);
- Lucivânia Rosa dos Santos (Mucajaí);
- Edjane Cardoso Almeida (Bonfim);
- Ida Maria Zago (São João da Baliza);
- Cleane Clísia (Iracema).
A esposa do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que a posse da diretoria visa estruturar a ala feminina do partido em Roraima. “Pretendemos eleger o maior número de prefeitas e vereadores, e fortalecer a nossa base para 2026”, afirmou Michelle Bolsonaro, em solenidade com forte esquema de segurança, no qual existiam detectores de metais e ainda fitas que separavam o palco da plateia.
No evento, inclusive, a ex-primeira dama afirmou viver uma vida de renúncias, a ponto de conviver com ameaças de morte e duras críticas da imprensa, as quais usa como combustíveis para fortalecimento pessoal.