O economista e diretor superintendente do Sebrae Roraima, Emerson Baú, foi o segundo convidado do Agenda da Semana de domingo (2). Em pauta, os desafios dos microempreendedores em Roraima.
Baú apresentou um contraponto entre a macro e microeconomia em Roraima que, enquanto o estado se desenvolve, os pequenos empreendedores ainda enfrentam dificuldades para manter negócios abertos.
“Roraima hoje vive em alguns contrapontos. Temos, num cenário macroeconômico, aspectos muito positivos do nosso desenvolvimento, em termos de crescimento de PIB, exportação, geração de empregos, a projeção do Banco do Brasil de que o estado será o 6º do país a ter maior crescimento em 2024, quando em alguns estados temos uma taxa negativa [de crescimento], isso tudo por conta de políticas que foram desenvolvidas nos últimos anos (…) Quando nós vamos para os aspectos microeconômicos, a gente vê o cenário de pequenos negócios fechados (..) O Sebrae tem alguns estudos no cenário nacional e estamos desenvolvendo aqui em Roraima, inclusive com pesquisa qualitativa, para levantar esses problemas que levaram ao fechamento dos negócios, mas pelo nacional, temos um taxa de mortalidade de empresas, que oficializam o fechamento de 19%. Esse número é mais preocupante quando você vai pra microempresas, que sobe para aproximadamente 21,6%”
O economista atribui essa dificuldade às dívidas da pandemia e os custos operacionais regulares que somados representam gastos altíssimos aos pequenos negócios.
“A questão do impacto da pandemia ainda. Na pandemia, o que poderia ser feito pelo Governo Federal naquele momento, foi o Pronampe, que é o financiamento para pequenos negócios manterem a sobrevivência. A Receita Federal também postergou o recolhimento de impostos e hoje a conta está chegando. E como está chegando e não há a possibilidade der renegociação, essas empresas estão fechando as portas porque, além de não terem condições de pagarem seus custos operacionais, não tem como pagar essas contas antigas da pandemia”
Além das dívidas da pendemia, Baú atribui ao fechamento de pequenos negócios a falta de perfil de gestão e a dificuldade de acesso ao crédito pelos microempreendedores.
“Um baixo nível de gestão. O dono da padaria normalmente é o padeiro; a cozinheira que abriu o restaurante; a costureira que tem uma baixa performance e perfil de gestão e com isso tem a dificuldade de formar preço, tomar medidas corretivas e aí, por outro lado, a dificuldade de acesso ao crédito desse empreendedor que as vezes já está inandimplente e esse pequeno não tem capacidade de reação e daí esse número de empresas que está fechando”