A reportagem da Folha ouviu os candidatos ao Governo de Roraima sobre o decreto de Garantia da Lei e da Ordem, assinado pelo presidente da República, Michel Temer, para a atuação das Forças Armadas no estado, que vem sendo afetado pela migração de venezuelanos. A maioria dos posicionamentos é contrária à ação do Governo Federal. Confira:
Fábio Almeida (PSOL)
“Eu acho que essa política de segurança nacional que o governo Temer vem adotando no Brasil não é correta, aliás, é um equívoco. Nós estamos aí com o processo de militarização dos problemas e temos hoje uma situação em Roraima em que o problema é a falta de ação objetiva do Governo Federal, que até hoje não atuou dentro das organizações internacionais para especificar quais são os países que podem receber esses venezuelanos. Então eu tenho um posicionamento contrário ao decreto, pois não acredito que o papel das Forças Armadas seja estar nas ruas ou cuidando de imigrantes. O papel das Forças Armadas é defender a soberania Nacional e por isso sou contrário enfaticamente a essa proposta do Governo Federal para o Estado de Roraima. Não é militarizando o estado que nós vamos resolver essa questão da violência e imigração”
Telmário Mota (PTB)
“Em lugar de o presidente Temer tentar resolver a questão fundiária do Estado de Roraima, ajudar a repactuar a nossa dívida como fez com o Rio de Janeiro, tentar pactuar com as comunidades Waimiri-Atroari a passagem do linhão de Tucuruí, nem que seja para passar a energia de forma subterrânea, ou conversar com a governadora para ver outras necessidades que o estado tem, ele resolve mandar forças federais para cá, o que é uma despesa desnecessária, um gasto desnecessário e que não resolve absolutamente nada. Não temos suporte econômico e social para essa migração em bloco como está vindo da Venezuela. Esse presidente é uma piada então não poderia ser diferente, pois tudo isso faz parte de uma jogada orquestrada entre ele e o senador Romero Jucá”
Suely Campos (PP)
“Classifico a medida como insuficiente para amenizar a crise. A decisão reforça a necessária segurança da fronteira que é responsabilidade da União, mas é insuficiente para amenizar os impactos que o intenso fluxo migratório tem provocado em Roraima, nas áreas de segurança, saúde e educação”
Anchieta (PSDB)
“É um decreto em que ele envia pessoal do Exército apenas por 12 dias. É uma ajuda, mas não resolve, pois é muito pouco tempo. É uma medida paliativa que não é boa nem é ruim, apenas não resolve. Finalizando, toda ajuda é válida, mas não é uma medida significativa que vá alterar alguma coisa em relação à questão venezuelana. Não resolve e o Governo Federal tem que levar isso a sério”
Antônio Denarium (PSL)
O candidato Antônio Denarium informou, por meio de sua assessoria, que só se posicionaria oficialmente sobre o tema após ter acesso ao conteúdo do decreto com sua publicação no Diário Oficial da União.
População não recebe bem notícia de decreto de Temer
O decreto do presidente Michel Temer autorizando envio de Forças Federais para atuar no controle da migração em Roraima não foi bem recebido pela população. Em rápida conversa com alguns moradores de Boa Vista, a maioria acredita que a ação é eleitoreira. Confira:
Val Gomes – Fotógrafa
“É uma palhaçada apenas para não mandar dinheiro. O presidente Michel Temer quer fazer politicagem. Falta comprar medicamentos para os brasileiros internados no Hospital Geral; materiais didáticos para os estudantes também brasileiros e venezuelanos entre outros problemas. O Temer quer material para fotos e é TUDO FALSO”
Aquilino Duarte Monteiro- Servidor Público
“Outra medida ineficiente desse governo fraco, omisso, irresponsável, em final de feira, igual essa interiorização. Do que adianta tirar esses quase mil no total, se chegam 800 por dia, se custa tanto para o Governo Federal, que pare, pois não faz diferença nenhuma para Roraima. Pelo contrário, só estimula a vir mais venezuelanos para cá”
Raniele Carvalho – Assessora de Imprensa
“Acredito que o decreto não vai adiantar muito para ajudar a problemática que envolve a migração venezuelana. Só vão ganhar as diárias. Acredito que não vai diminuir a criminalidade praticada por partes de alguns imigrantes (não são todos), pois eles não vão se sentir intimidados. Eles vão ficar a 150 metros da faixa de fronteira, ou seja, só vão impedir os brasileiros de fazer alguma manifestação e vão ganhar as diárias durante os 12 dias que vão ficar lá somente de enfeite”
Sônia Rendeiro – Autônoma
“Como se os brasileiros que vivem em Roraima fossem desordeiros”