O primeiro japonês que chegou ao Território Federal do Rio Branco (Roraima) foi o senhor Katsukus Dói. Ele foi para o Tepequém em 1951 e passou a trabalhar com garimpo de ouro e diamante. Depois foi para Normandia e retornou para Boa Vista onde trabalhou como piloto e mecânico de avião. Anos depois foi para Bonfim trabalhar com agricultura, sendo um dos fundadores daquele município. Katsukus Dói nasceu no dia 23/04/1915 e faleceu em 2013, com quase 98 anos. Teve 5 filhos, dos quais 3 ainda moram em Bonfim.
As primeiras famílias japonesas que vieram para Roraima, o fizeram em dois grupos. Um grupo em 1955 e outro em 1961. No total eram 13 famílias. Onze foram para a Colônia Agrícola Coronel Mota (na região do Taiano, no Alto Alegre), e duas permaneceram em Boa Vista: a Família TSUKUDA (o casal Zenzaburo Tsukuda e Chizuko Tsukuda); e a Família EDA (o casal Kuranosuke Eda e Sui Eda).
A família Eda se instalou no Mirandinha, no Bairro Aparecida, passando a trabalhar com horticultura, e hoje atua na área da construção civil, reformas prediais, jardinagem e comércio de veículos multimarcas. Um de seus descendentes, Masamy Eda, foi vereador na Câmara Municipal de Boa Vista, no período de 2007 a 2014, e nesta última eleição foi eleito deputado estadual.
Há de se registrar também o senhor Hiroshi Eda, filho de Kuranosuke e Sui Eda. Nas décadas de 1980 e 90, sua residência era ponto de apoio para hospedagem de japoneses que visitavam Roraima, inclusive no acompanhamento às visitas consulares.
Já a família Tsukuda também se instalou no Mirandinha, onde produzia verduras e legumes durante mais de 10 anos. Tempos depois passou a comercializar gêneros alimentícios até, finalmente, abrir uma loja comercial (a “Loja do Japonês”) na Rua Sebastião Diniz, no Centro de Boa Vista, com vendas de variados produtos, desde instrumentos musicais e peças de reposição, até acessórios para eletrodomésticos. A matriarca da família Tsukuda, a senhora Chizuko Tsukuda, faleceu recentemente, no dia 15/02/2017, aos 99 anos de idade.
A “Loja do Japonês” (razão social: Estivas Roraima Ltda) é administrada pelas filhas: Lúcia (Chigusa Tsukuda), Iracema (Haruyo Tsukuda), pelo filho Paulo (Sadaya Tsukuda), e conta ainda com o filho do Paulo, o jovem Sadaya e sua irmã Sandra Léia Tsukuda.
Quanto às famílias que foram para a região do Taiano, no Alto Alegre, nem todas permaneceram muito tempo no local. Na época, a viagem para o Taiano levava praticamente um dia devido à precariedade da estrada e outras dificuldades de comunicação, o que fez com que algumas famílias japonesas não se adaptassem ao lugar, e foram para outros Estados, particularmente para o Amazonas e Rondônia.
No entanto, mesmo com as dificuldades da época, permaneceram no Taiano as famílias: Hiroji e Sumi Eda (o Hiroji era irmão de Kuranosuke Eda); Kazuma e Masako Nakazaki, família Dohara Nabeshima (Sadako Dohara e Tadashi Nabeshima) e Família Nakazaki (Tateru Nakazaki).
Em 1961 chegou a Boa Vista mais um contingente de imigrantes japoneses, composto por 9 famílias, totalizando 53 pessoas. Estas também foram para a Colônia Agrícola Coronel Mota (no Taiano). Dentre estas, a Família DOI (Kenzaburo Dói e Moyo Dói). A senhora Moyo Dói, mesmo aos 82 anos de idade, ainda hoje toma decisões sobre os negócios da família (as Lojas de materiais de construção: Comaco, Caçulão e Castelão).
Esta família “Doi” não tem parentesco com o senhor Katsukus Dói que morava em Bonfim. Outras famílias que também foram para o Taiano: Hideshima (Sumiko Hideshima, hoje residente em Boa Vista). E, Nakamura (família de Atsunori Nakamura), com 12 filhos, morando no Alto Alegre onde produzem hortaliça.
Em 1969, chegou a Boa Vista a família de Maria de Jesus Nakai, e depois a senhora Violeta Nakai com o seu marido.
Em 1974, chegou a Boa Vista o Senhor Tadashi Nakayama e passou a trabalhar com horticultura. Atualmente mora no Município de Iracema. O seu filho: Raryson Pedrosa Nakayama foi prefeito daquele município.
No início de 1980 veio para Boa Vista o agrônomo Nelson Itikawa (casou-se com a roraimense Izabel Cristina Ferreira Itikawa). O casal é dono do complexo agroindustrial Itikawa, sendo o Arroz Itikawa reconhecido de excelente qualidade e produto de exportação.
Em 1982, veio Terezinha Nakashima (casada com o médico José Pereira de Melo). Também em 1982 veio Kazuo Tsuji e Iku Tsuji (investiu em granjas de ovos e produtos hortifrutigranjeiros na região do Monte Cristo). Atualmente a granja está sendo administrada por sua filha Clarice, que é casada com Sérgio Mizuno.
Em 1983 veio Fernando Luiz Eiji Lucena Imagawa.
Em 1984, veio Toru Jin (faleceu em 2010).
Em 1985, veio Ademar Takemiti Sato, Edna Mitsuko Hara – casada com José Francisco Rocha (estes são empresários na área de comércio de utensílios de pesca).
Em 1988, veio Shiro Seki (casada com Natsuyo Seki Dói, filha de Moyo Doi). A empresária Natsuyo Seki veio com a família para Roraima na segunda leva da imigração para a região do Taiano e hoje a família está em Boa Vista onde tem vários negócios empresariais
Em 1991, chegou o casal Shoichi Kato e sua esposa, acompanhada do seu irmão Yukio. A família Katô é uma referência na produção de frutas e verduras na região do Passarão. O senhor Yukio Kato (Katô) faleceu em 2011 e a esposa Shoichi Kato em 2015.
Em Pacaraima há a família do senhor Masahiro Sotodate. Ele trabalha com a produção de verduras e frutas no sistema de plantação orgânica, isto é, sem uso de agrotóxico no solo.
Também merecem registro: o professor Munehiro Shimpo – ele teve um papel importante na criação do Curso de Agronomia da Universidade Federal de Roraima- UFRR-, e o empresário Motoyoshi Okada, que veio para Boa Vista em 2012 e faleceu no dia 29/03/2017.
Em 2008 (no dia 16 de junho), foi criada a ANIR – Associação Nipo-Brasileira de Roraima. Esta Associação tem como objetivo a divulgação da Cultura Japonesa e contribuir com a diversidade de sua arte.
E, em 2009, foi criado o “Instituto Roraimense de Cultura Japonesa”, para ministrar curso do idioma japonês e disseminar a cultura japonesa.
Em 2017 (27 de outubro), a Prefeitura de Boa Vista cedeu um espaço/terreno no Bairro Caçari (na Rua da Mangueira), atendendo uma solicitação da Colônia japonesa em Boa Vista, para a construção da sede da ANIR.
E, numa pesquisa realizada, foi feito um cadastro onde registrou-se mais de 100 famílias de japoneses, incluindo os filhos descendentes de japoneses, morando em Boa Vista. Dessas famílias, há 41 japoneses/ou descendentes, atuando como funcionários públicos (40,6%), 15 no comércio (14,8%), 26 em agronegócios (25,7%), destes, 14 são horticultores, 7 produtores de cereais, como arroz e soja, 4 horti-fruticultores, e 1 trabalhando com granja de aves e de ovos.
Podemos ainda destacar um grande empreendimento de 2 jovens paranaenses, mas descendentes de japoneses, que construíram o maior Hotel de Boa Vista, o “ECO HOTEL”, na Avenida Glaycon de Paiva, no Bairro Mecejana (em frente ao Teatro Municipal).
Hoje, Boa Vista concentra vários restaurantes com culinária japonesa e há empresas sediadas no Distrito Industrial que tem como empresários os filhos e netos de japoneses que aqui chegaram na década de 1950 e estão até hoje trabalhando e contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico e cultural do Estado de Roraima.
Há uma expressão que os japoneses costumam gritar: “Banzai”! que significa: “10 mil anos de vida”, como a desejar “Vida Longa”. Então, eu digo: “Banzai” a todos os japoneses e a seus descendentes, pois eles ajudam a construir Roraima e continuam participando do seu desenvolvimento econômico.
Arigatô (Arigatou Gozaimasu) = Muito obrigado.
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade