CULTURA POP

Álbum BRAT, de Charli XCX, te leva pra um 'rolê' maluco e te faz pensar sobre a vida

O sexto álbum da cantora, compositora e DJ britânica reúne empoderamento, vulnerabilidade e atrevimento em 15 faixas irretocáveis.

Brat foi lançado no dia 7 de junho e é o sexto álbum de estúdio de Charli XCX 
| (Foto: Harley Weir) / Capa de Brat (Imagem: Reprodução)
Brat foi lançado no dia 7 de junho e é o sexto álbum de estúdio de Charli XCX | (Foto: Harley Weir) / Capa de Brat (Imagem: Reprodução)

A cantora, compositora e DJ britânica Charli XCX lançou seu sexto álbum, “BRAT”, trazendo a experiência completa das raves e clubes onde ela iniciou sua carreira ainda adolescente. As 15 faixas de “BRAT” abordam temas como fama, autoestima, empoderamento, redes sociais, drogas e a busca por reconhecimento no mundo pop. O trabalho leva quem escuta para uma festa, passando por “todas as fases do rolê”, desde a excitação de curtir o momento até a “bad” de ser zillennial, estar perto dos 30 e lidar com os dilemas dessa fase.

Charlotte Emma Aitchison, mais conhecida pelo seu nome artístico Charli XCX, é uma cantora, compositora e diretora britânica. (Foto: Neil Mockford)

Mas quem é Charli XCX?

Mas antes de falar de “BRAT”, é importante entender o que Charli XCX representa na música. Para o nicho underground, seu trabalho muitas vezes é criticado por estar mais pro lado do mainstream. Contudo, para a maioria do público, a estética de Charli pode ser percebida como estranha e agressiva. Desde os seus primórdios, Charli é conhecida por experimentar e provocar um sentimento de “O que está acontecendo aqui?” em suas faixas.

Apesar de seu caráter experimental, Charli XCX conquistou espaço no pop desde seu disco de estreia, “Sucker”, que recebeu um 7.6 no Metacritic. Embora a gravadora tenha influenciado nos atributos comerciais deste álbum, Charli hoje tenta se distanciar dessa abordagem. Já no EP “Vroom Vroom” (2016), produzido em parceria com Sophie, que faleceu em 2021 em um acidente em Atenas, Charli mostrou sua originalidade com faixas cheias de textura, batidas e sons únicos. Este trabalho recebeu um 4.5 no Metacritic. Como diz Tati Quebra Barraco, “Se gostou, bate palma. Se não gostou, paciência”

Uma de suas faixas mais famosas, “Boom Clap”, do álbum “Sucker”, fez parte da trilha sonora de “A Culpa é das Estrelas”.

Como compositora, Charli também deixou sua marca no pop com músicas como “Same Old Love” de Selena Gomez, “Señorita” de Shawn Mendes e Camila Cabello, e “Beg For It” de Iggy Azalea.

BRAT

“Brat”, em inglês, é um termo usado para se referir, normalmente, a crianças, implicando um comportamento irritante e mimado.

Em “BRAT”, as letras e mensagens de Charli são secas e diretas, iguais a mensagens que enviamos em grupos de amigos no WhatsApp, o que deixa as músicas tangíveis e próximas de quem ouve. No single “Von Dutch”, que faz referência à marca popular entre celebridades como Paris Hilton, nos anos 2000, Charli incorpora elementos do dance-pop e do pop britânico. É colocar no fone de ouvido bem alto e se sentir empoderade.

“360”, é dominada pelo synth-pop e mantêm a energia alta. No entanto, pra ficar 100% por dentro da letra, é necessário ser uma pessoa cronicamente online, uma vez que o clipe reúne diversas personalidades da internet, como Julia Fox, Rachel Sennott, Emma Chamberlain, entre outras. Confira:

Entre as faixas que não são singles, destaca-se “So I”, que remete à sua amiga e mentora, Sophie, que morreu em 2021, e fala sobre saudade. Em “I Think About It All The Time”, Charli questiona os caminhos de sua vida ao se deparar com uma amiga que se tornou mãe, expressando uma espécie de FOMO (medo de estar perdendo algo).

“Everything Is Romantic”, para muitos um dos pontos altos do álbum, combina violinos, vocais com high notes e até a batida do nosso funk brasileiro. A energia caótica de bad bitch, pela qual conhecemos Charli, está presente em todo o álbum, especialmente em faixas como “Talk Talk” e “Club Classics”, onde ela mostra que tem plena consciência de que sabe fazer músicas que são memoráveis.

“365” particularmente, a faixa favorita deste repórter que vos escreve revisita “360” como uma roupagem mais agressiva e finaliza o álbum com uma pancada de elementos do techno e EDM. Quem não está familiarizado com o quão experimental e ousada Charli pode achar essa faixa um pouco over

O veredito

O que fica claro com “BRAT” é que, ao mesmo tempo que Charli se mostra vulnerável, ela não perde a ousadia. Ele fala um pouco sobre tudo, desde o medo de não ser mãe, hedonismo, internet, críticas à indústria pop, feminismo, club culture… Tudo mesmo! Só Charli poderia fazer um álbum como Brat o que nos leva a concluir que “ela tem um ponto, ela é um ícone, uma lenda e é o momento”. Escute o álbum completo: