Acadêmicos da Universidade Estadual de Roraima (UERR) denunciaram que, por falta de combustível para abastecer aos veículos da instituição, os professores não puderam ser transportados semana passada para dar aula em outros campi no interior do Estado. Segundo um aluno do curso de Direito de Caracaraí, lá estaria sem aula há quase quatro dias. Um professor também havia comunicado a turma, por meio da rede social, que não haveria aula por falta de gasolina para abastecer os carros.
Considerada por dois anos consecutivos em uma pesquisa do Datafolha como sendo a pior universidade do Brasil, a situação da Uerr é crítica: cursos que não têm continuidade, sem laboratórios adequados, salas de aula com pintura descascando e mofo, centrais de ar que mal funcionam, prédios com construção inacabada. Os problemas são relatados por professores e alunos.
Uma aluna do curso de Geografia do campus de Caracaraí, que preferiu preservar sua identidade, disse que o problema de abastecimento dos veículos já ocorreu outras vezes. Ela comentou que houve licitação para contratar esse serviço, mas, mesmo assim, vez ou outra os professores ficam impedidos de darem aula por falta de gasolina.
O presidente interino do Sinduerr (Sindicato dos Professores da Universidade Estadual de Roraima), Marcilio Chiachio, disse que Uerr está com sua estrutura deficiente, tanto em Boa Vista quanto nos campi do interior. O problema de falta de combustível para os carros da instituição é apenas um deles.
“As lâmpadas vivem queimando por falta de manutenção e, por vezes, temos que dar aula quase às escuras. As bibliotecas estão com livros desatualizados. Atualmente, existe o campus de São João da Baliza com cursos sem professores. Além disso, querem aprovar um curso de Medicina sem a mínima condição de infraestrutura para isso”, frisou.
Ele disse que a atual gestora da instituição ocupa o cargo por indicação política e por isso não se sente confortável em confrontar o governo, por isso a universidade acaba sendo penalizada. “Infelizmente, o que vemos hoje é uma universidade sucateada e a cada dia sem perspectiva de melhorias”, lamentou.
UERR – A Folha entrou em contato com a assessoria de comunicação da UERR para saber sobre o problema da falta de abastecimento dos veículos da universidade e também dos problemas relatados pelos denunciantes. Em nota, foi informado que a situação já foi normalizada e que ontem os professores já puderam ministrar suas aulas nos campi do interior do Estado. Não foi comentado sobre a falta de infraestrutura. (T.C)
Cotidiano