JESSÉ SOUZA

Obra de construção do Bloco Ortopédico do Coronel Mota está abandonada há dois anos

Apenas as paredes foram concluídas na obra que está sendo construída atrás dos blocos do Coronel Mota

Enquanto os acidentes de trânsito fazem lotar hospitais e outras unidades de saúde,  uma obra que já deveria estar pronta para atender essas vítimas  está há dois anos abandonada na Clínica de Especialidades Médicas Coronel Mota, no Centro de Boa Vista. Enquanto isso, filas quilométricas se formam a cada mês em frente àquela unidade formada por pessoas em busca de atendimento.

O Bloco Ortopédico do Coronel Mota começou a ser construído em março de 2023 e o prazo para conclusão era janeiro de 2023. No entanto, até o momento, apenas as paredes foram erguidas e as serviços estão há muito tempo paralisados. O bloco começou a ser erguido atrás da unidade de saúde, que é todo murado, por isso fica escondido do olhar das pessoas.

Orçado em um pouco mais de R$2 milhões, com recursos do Governo Federal, via Caixa Econômica Federal e Ministério da Saúde, e contrapartida do Governo de Roraima, o prédio está largado ao descaso, se deteriorando pela ação do tempo. Placas é que não faltam para identificar a obra: são quatro fixadas por cima de muro de frente para a movimentada Avenida Capitão Júlio Bezerra.

Placas dão informações sobre a obra do Bloco Ortopédico orçada em R$2 milhões e que deveria estar pronta em janeiro de 2023

Esta importante obra seguiu os mesmos passos do Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth, que desde 2021 está funcionando debaixo de tendas, enquanto o prédio da única maternidade pública foi fechado para que o Governo do Estado desse início às obras de reforma e ampliação, as quais nunca foram concluídas até os dias atuais, revelando o descaso com a situação da infância roraimense e suas mães.

O Bloco Ortopédico do Coronel Mota é essencial para melhorar o atendimento do grande número de vítimas de trânsito, as quais começam seu sofrimento a partir do atendimento no Pronto Socorro, quando precisam aguardar a fila da cirurgia e seguem penando para continuar o tratamento ortopédico e, depois, na busca por fisioterapia.

O que chama a atenção é que nenhum órgão fiscalizador (e aí podem ser incluídos os parlamentares) dá uma satisfação à sociedade, que é penalizada por um flagrante descaso com o bem público, especialmente quando se trata de ortopedia,  que está diretamente ligada não apenas aos que se acidentam no trânsito, mas também ao tratamento de diversas lesões e doenças crônicas como artrite e outras condições que afetam ossos, músculos e ligamentos.

É necessário que as autoridades tomem providências urgentes em relação à construção do Bloco Ortopédico do Coronel Mota, para que não se torne outro esqueleto escondido dentro do armário de uma saúde pública que vem cercada por denúncias de corrupção e por seguidas operações policiais desde 2019.  

*Colunista

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