O governo brasileiro reconheceu 77.193 pessoas como refugiadas em 2023, marcando um recorde histórico no sistema de refúgio do país. Este número representa um aumento impressionante de 1.232,1% em comparação ao ano de 2022. Com isso, o total de refugiados reconhecidos pelo Brasil alcançou a marca de 143.033 pessoas.
Venezuelanos lideram os pedidos de refúgio
Entre os refugiados, os venezuelanos se destacam com 112.644 solicitações, o que corresponde a 81,4% do total de pedidos apreciados pelo Comitê Nacional para os Refugiados (Conare). A crise humanitária na Venezuela, onde cinco milhões de pessoas sofrem de subnutrição, tem impulsionado esse êxodo. A insegurança alimentar levou 60% das famílias venezuelanas a reduzir o número de refeições diárias e a quantidade de alimentos consumidos.
Haitianos e cubanos também buscam refúgio
Além dos venezuelanos, haitianos e cubanos figuram entre os principais grupos que solicitaram refúgio no Brasil em 2023. As condições políticas e econômicas nesses países têm motivado um crescente número de indivíduos a buscar segurança e melhores condições de vida em território brasileiro.
O relatório anual “Tendências Globais de Deslocamento Forçado em 2023”, divulgado pela Agência da ONU para Refugiados (Acnur), revela que o número total de pessoas deslocadas à força subiu para 120 milhões em maio de 2024. Este aumento se deve aos novos conflitos, à continuidade de crises existentes e à incapacidade de resolver crises prolongadas. O Acnur destaca que, com base nesses dados, a população deslocada global equivale quase à população de um país do tamanho do México. No fim de 2023, o número de deslocados era de 117,3 milhões.
Dados
As informações sobre os refugiados no Brasil estão detalhadas na 9ª edição do Anuário “Refúgio em Números”, organizado pela equipe do Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra), com base em dados oficiais do governo federal. Este documento é essencial para compreender a magnitude e as características do refúgio no Brasil, bem como para formular políticas públicas adequadas para a integração e o suporte a essas populações vulneráveis.
Com o crescente número de refugiados, o Brasil se destaca como um país de acolhimento, desempenhando um papel crucial na proteção de indivíduos que fogem de situações de risco e adversidade em seus países de origem.