No ritmo frenético do dia a dia, muitos de nós acabamos optando por refeições rápidas e desatentas, seja enquanto trabalhamos no computador, de pé ou em balcões de padarias. No entanto, um estudo recente da Universidade Hiroshima, no Japão, revelou que esse hábito pode ter sérias consequências para a saúde, incluindo um maior risco de desenvolver diabetes e obesidade.
A pesquisa acompanhou 642 homens e 441 mulheres ao longo de cinco anos, categorizando-os como comedores lentos, normais ou rápidos. Os resultados foram alarmantes: aqueles que comiam mais rapidamente apresentaram uma taxa significativamente maior de síndrome metabólica, atingindo 11,6%, em comparação a 6,5% entre os de velocidade moderada e apenas 2,3% entre os comedores lentos.
O estudo, liderado pelo cardiologista Takayuki Yamaji, também destacou que comer rapidamente pode desencadear variações perigosas nos níveis de glicose, contribuindo para a resistência à insulina. Isso, por sua vez, pode sobrecarregar o pâncreas, aumentando a produção desse hormônio essencial para regular o açúcar no sangue.
Além dos problemas metabólicos, os comedores rápidos também são mais propensos a experimentar refluxo ácido. Comparando voluntários saudáveis que consumiram uma refeição de 690 calorias em cinco ou 30 minutos em dias alternados, os pesquisadores observaram que aqueles que comeram mais rapidamente apresentaram um número maior de episódios de refluxo, evidenciando os impactos negativos de uma alimentação apressada na saúde digestiva.
“Mastigar os alimentos adequadamente é crucial, já que a digestão começa na boca”, explicou Yamaji. Comer rapidamente e sem mastigar corretamente pode comprometer esse processo, sobrecarregando o estômago e contribuindo para o ganho de peso. O cérebro leva cerca de 20 minutos para registrar a sensação de saciedade, portanto, ingerir alimentos rapidamente pode levar a uma ingestão excessiva antes que essa mensagem seja transmitida.
Diante disso, especialistas recomendam uma mudança de hábito: comer mais devagar, mastigando bem os alimentos e evitando distrações como celular ou leitura durante as refeições. Isso não só promove uma digestão mais eficiente, como também ajuda a reconhecer os sinais de saciedade, prevenindo excessos alimentares.