Ribeirinhos e profissionais do Turismo têm observado que, em Manaus (AM), os sinais da natureza apontam para uma seca severa, pois os rios e até mesmo os igarapés que cortam a capital amazonense estão muito abaixo da média neste fim de período chuvoso. Em Roraima, cuja estação climática é oposta à de Manaus, as fortes chuvas que têm caído indicam um período chuvoso mais intenso.
Esses sinais coincidem com as previsões das agências climáticas internacionais que indicam o fim do El Niño e uma transição para o La Niña, o que pode provocar secas e períodos chuvosos mais intensos em algumas regiões do país, conforme vem afirmando esta Coluna há um certo tempo para que as autoridades estejam atentas a fim de se prepararem para possíveis situações críticas em Roraima.
Notícias vindas dos municípios roraimeinnses indicam um cenário crítico em vicinais e rodovias, além de pontes de madeiras que estão caindo aos pedaços por falta de manutenção. Tudo isso em consequência de uma política de desprezo com ações que enfrentem os históricos problemas de infraestrutura. E o assunto foi comentado no artigo do dia 19 passado, intitulado “Cenas repetidas de inverno e uma enxurrada de cifras anunciadas desde 2021”.
Como estamos em ano eleitoral, é importante que o eleitor esteja atento às propostas e promessas feitas não só por candidatos a prefeitos, mas também a vereador. Porque eles são a base responsável por eleger os demais candidatos, inclusive ao Governo do Estado, que ao longo de seguidos governos tratam as questões de inverno e verão em Roraima como se fosse uma situação que diz respeito somente a eventos da natureza, e não como consequência da falta de políticas públicas.
Se a situação nos municípios se torna crítica a cada período de seca ou de chuva, significa que as autoridades em todos os níveis de governos estão falhando na promoção de políticas públicas, conforme esta Coluna mostrou que, desde 2021, uma montanha de recursos vem sendo destinada para melhorias de estradas, vicinais e pontes, mas os moradores dos municípios continuam sofrendo com os problemas antigos que já deveriam ter sido solucionados.
As previsões climáticas indicam que poderá haver a repetição de cenas antigas em ano eleitoral, enquanto os políticos seguem dando as mesmas desculpas. E os eleitores, por sua vez, aceitam como se tudo fosse uma designação de Deus ou consequência da natureza. A despeito de tudo isso, cifras desaparecem aos olhos de todos sob o silêncio da sociedade e a omissão de autoridades, especialmente das que deveriam fiscalizar obras mal feitas ou que nunca são realizadas.
*Colunista